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Depois de fazermos a GR36 o Norberto convidava-nos para aparecermos no Mogadouro para participar no magusto da associação Monóptero Bikers, aceitamos logo no dia. O Faria por compromissos familiares ficava em casa a chorar. Rocha e família iam de véspera, PedroS e Miguel iam no dia em mais uma madrugada de btt.
O centro nevrálgico ia ser na aldeia de Variz. O Norberto e
amigo já lá se encontravam, montamos as bikes e fomos ao encontro do Rocha que
vinha pela estada desde Mogadouro, tivemos sorte de o encontrar pelo caminho,
lá calhou…
Engrossávamos o grupo para 8 riders, os de Variz já
acartavam 12km às costas, e começávamos verdadeiramente a percorrer os trilhos.
Com pessoal já a pertencer ao pelotão nacional de estrada e
outro a iniciar, e algumas das bikes ainda com terra do último inverno 😊.
A temperatura fresca, mas agradável. No dia anterior parecia
que ia fazer mais frio. Os trilhos campestres levavam-nos até ao Miradouro da
Fraga do Poio. O nevoeiro tb se queria debruçar na varanda, estava cada vez
mais presente, quanto mais nos aproximávamos do miradouro. Entre pequenos vales
o nevoeiro entrincheirava-se não deixado penetrar os olhares curiosos. A
temperatura baixava uns graus e os olhos só enxergavam uma cortina cinzenta, só
conseguíamos ver a uns 30m.
O Norberto para podermos ver o miradouro, fura. Enquanto
consertamos o furo com cuspe e com coisas que encontrávamos nos bolsos demos
tempo ao nevoeiro para se dissipar. Assim podemos ver alguma da beleza que por
baixo se escondia.
Voltamos ao trilho e poucos metros à frente foi a vez do Sandro furar, estava uma média boa de furos. Tens líquido no pneu? – perguntávamos nós. Sim, sim, devo ter – dizia ele.
A bomba a trabalhar freneticamente em vão e lá tivemos de
desmontar o pneu e converter tubeless em camara de ar. Foi uma risada esta
avaria, o pneu ficava colado, em vez de líquido para tapar os furos devia ter
cola, ficou da espessura de um pneu de bike de estrada.
Mais algum tempo perdido e o Manel já achava que não íamos
conseguir chegar até ao Rio Sabor, ia ser o afundanço no gráfico, e depois não
teríamos tempo para pegar no 2º turno no fim do almoço.
O gps já não estava a ter utilidade, agora era navegação à
vista. Visitamos na aldeia de Viduedo um antigo lagar de azeite transformado em
museu e café, com história viva a ser contada por quem tantas vezes usou
aquelas máquinas. Paramos e alguém foi buscar a chaves para podermos beber uns
Favaios e ouvir historias de quando a caldeira explodiu deixando uns furos no
telhado.
Quando saímos ainda haviam estragos dos furos, a bike do
Manel pousava o aro no chão. 3º furo em 23km… bombaaaaaaaaa
Antes de chegarmos à aldeia de Azinhoso o Sandro volta a
furar, ficava para trás com o Nuno, já não haviam mais camaras de ar suplentes,
só a do Rocha que era de mota.
Certamente eles não precisam de material suplente, basta ter
um tlm, ligam e aparece alguém de Jipe, Pick Up ou trator 😂
Visitámos o monumento que dá nome ao grupo, Monóptro de S.Gonçalo. É um monumento raro e de uma grande beleza arquitetónica.
Zarpávamos para Variz, para um almoço já tardio, os familiares do Rocha já estavam cansados de olhar para o relógio.
Na hora do café começavam a aparecer os do turno da tarde, e
foi café e água ardente para quem se aventurou, houve quem repetisse uma e
outra vez, a água ardente, estava boa, ia ser uma tarde a arrotar a bagaço
enquanto se pedalava.
Eles os Monóptero Bikers eram muitos, já se contavam a
dobrar e chegavam sempre mais uns. Hique!!! Hique!!!
Arrancamos por estradões juntos ao IC5, alguém teve a feliz
ideia de nos mostrar mais um miradouro, depois de saberem que tínhamos passado
por ali na GR36.
Passávamos por Urrós e tivemos um Déjà Vu, ainda há poucos dias tínhamos passado por ali. Foi uma surpresa quando chegamos ao Miradouro da Cerca, uma descida em estradão com o sol já a dizer adeus. Uma pequena subida em cima da bike e uns metros a pé entre penedos e vegetação, íamos furando e trepando, chegados ao topo temos o impacto provocado por uma paisagem de outro mundo!
A grande parte dos Monóptero Bikers já tinha abandonado a
varanda, para eles deve ser usual ver estas paisagens, para nós dava vontade de
ganhar ali raízes, mas não dava, tínhamos a festa, festa e festa.
Tudo o que desce sobe, e o sol tb já descia, e nós subíamos
até à aldeia de Urrós, uma paragem para abastecer líquidos fermentados, ainda
estava alguma trupe no café. FESTAAAaaaa!
Deixávamos Urrós para trás e entravamos num track mais técnico, mais lento, com uma hora de luz solar a vapores.
Tivemos de dar uma ajuda a um colega que já não tinha
energia, não é muito de comer e depois a energia acaba, foi rebocado para não
chegarmos depois do jantar e da festaaaaaa.
Claro que chegamos de noite, já não é notícia. Tomamos um banho quente para tirar o frio do corpo e vestir a pele da festa.
A ementa principal era cordeiro assado na brasa, com algum
porco e um espetacular ensopado de miúdos do cordeiro que estava divinal, umas
entradas saborosas e sobremesas feitas pelo pessoal dos Monóptero Bikers. Foi
um jantar com ajuntamento familiar, o magusto a simbolizar a “desculpa” para se
conviver, confraternizar, cantar e tocar com instrumentos e alguns baldes de
tinta.
Campeonato de matraquilhos onde o Rocha ainda foi desenferrujar os pulsos, eu e Miguel continuávamos a atacar de faca e garfo e de caneca. A cantoria estava boa e os tocadores já estavam cansados e com os instrumentos já guardados, mas o Miguel ainda foi pedir para eles tocarem mais uma. E lá lhe fizeram a vontade e tocaram mais uma hora. Que belo e grande dia, depois 24 horas acordados, acordamos no Mogadouro e zarpamos para Famalicão
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