Dos participantes no passeio de Natal KEDASbike: Nagy,
Carlos Pereira, Faria, Rocha, PedroS, Rui, Joel, Miguel e Mário juntaram-se os
Kedistas Locas, Tó, Victor, Tony e Mendes mais quatro convidados, Abílio,
Victor, Domingos e Cristiano na Tasquinha do Zé para a tradição continuar a ser
o que era.
20.00h foi a hora marcada para o ajuntamento, e às 20.30h a
saída do famoso cozido à portuguesa da casa. Mas poucos cumprem horários… nem
para comer. Só o Mário é que tinha uma desculpa para chegar mais tarde, visto
que mora mais longe, e chegamos mesmo na queima de Boticas.
Às 20.00h uma meia dúzia de “kedas” a segurar velas, mas nos
10 minutos seguintes já uma boa moldura de “kedas” iluminavam o balcão, fomos
em peregrinação para o salão mercedes para começar a subir nas entradas. O
Mendes tem sempre o relógio fora do pulso mas o Rui e Tony nem sabem o que é um
relógio, e chegaram já com o cozido fora do forno.
A coruja das neves largou o pelo mas vestiu as pernas de
branco, o que deixou um elemento com o fetiche estragado, desde de criança que
sonha com a professora primária com as calças brancas, e este veio estragar o
sonha de uma criança e o fetiche de um adulto.
As conversas são a maioria intelectuais a roçar a loucura,
sempre a falar num tom sem dar keda das cordas vocais, não se fala de bikes nem
do passado, e não, não… não falamos do passado, porque esse não volta atrás. As
piadas, algumas repetidas são como se fosse a estriar. Os músculos abdominais e
os faciais são os que mais sofrem nesta maratona sentada. Uma verdadeira
loucura pq não se pode escrever/lembrar de tudo, pq, pró ano tb há.
Como já fazemos este passeio de Natal há alguns anos a
pesquisa deste seria para zonas menos conhecidas.
Partindo do que é importante para um passeio deste género e
diversos tipos de canelo, não estava fácil arranjar um fato à medida.
Trás-os-Montes era para onde apontávamos no mapa, faltava saber para onde. Após
algumas indecisões os trilhos de Boticas iam ficar assinalados pelas nossas
rodas.
Sete Kedas: Nagy, Carlos Pereira, Faria, Rocha, PedroS, Rui
e Joel mais dois convidados Miguel e Mário concentravam-se pelas 7.15h em
Famalicão para tentar arrancar em cima da bike antes das 9.00h em Boticas, o
que não aconteceu... Muita logística…
Levávamos três tracks carregados no GPS para ver o que o
tempo e as pernas nos iam obrigar/deixar fazer.
Começamos por trilhos queimados, marca registada em 2017,
ainda estávamos aquecer quando os rastos de javali eram demasiado evidentes nos
trilhos, (segundo o caçador do grupo ). Dois Kedistas tb quiseram deixar as
suas marcas no chão, largar lastro. Mais um registo a ser visto da estação
espacial.
Não estava o frio para a quantidade de roupa que alguns
carregavam no corpo, a pausa estava a aumentar. Voltar a montar e aquecer, no
trilho um pinheiro tombado ocupa grande parte da via ciclável e o afunilamento
para a passagem estreita obriga a travagens sem direito a STOPs, o Rocha não vê
as luzes a acender mas ficou a ver as estrelas quando se enfaixou na roda
traseira do Carlos Pereira e levantou voo. Lá está, o aquecimento é muito
importante… e não sei se foi a quantidade de medronhos que comemos já com
cheiro a bagaço que tornou a condução menos assertiva. Mas um medronheiro
carregado de fruto desaparecer em escassos segundos… é obra. Alguns ainda
traziam medronhos amarrados ao equipamento, tal era a voracidade da gula.
Um novo elemento começava a fazer companhia, o nevoeiro,
esse grande aglutinador de paisagens, esse grande F”#$%& da P&%$% que
não nos deixava ver nada, às vezes nem 10m e durante muito tempo. O Joel começa
a colocar a bike de pernas para o ar, a transmissão com o nevoeiro grosso,
espesso e transpirado juntando as areias finas amarradas como se de limalhas se
tratasse, estava a dificultar-lhe a oxigenação da lubrificação da máquina. E a
média era altíssima não estivéssemos nós pedalar na cota dos 500m…
Estava na altura de carregar outro track e fazer uma parte
em sentido contrário, um pouco de alcatrão a descer, numa parede de nevoeiro
acompanhado de chuva miudinha, com curva contra curva sem ver um chavo. Aqui o
Rocha sentia a falta do seu guarda-lamas novo que trazia no camelbak, depois da
keda.
Só me preocupava a audição porque os carros elétricos,
esses, era para bater de frente ou levar uma panada na traseira da bike.
Quando o nevoeiro ficou mais em cima, nova paragem para
almoçar, era ver quem levava o melhor petisco de diversas variedades, tinha
desde arroz de marisco a batata-doce, sande americana, sande salpicão e a
famosa sande do Faria. Era à escolha.
O Rui achava estranho só ele é que não levava impermeável,
ou os outros é que viram mal o tempo previsto para Boticas.
Arrepiávamos caminho para aldeia da Penalonga, e longas
subidas começamos a fazer num total de 500+ de acumulado até ao Castro do
Lesenho.
Passamos na aldeia mas só os cães é que nos cumprimentavam,
a seguir eram as curtas subidas de ferrar no avanço, para depois o Rui tentar o
que a descer deveria ser interessante. Esta parte do percurso era ao contrário…
mas… bike prás costas e ganhar a taça da merda, segundo o Joel.
Depois de trepar o trilho com as bikes às costas, a paisagem
continuava lá e tinha de ser absorvida, mesmo com a chuva transformava-se numa
paisagem camaleónica ajudada pelo 10º elemento, o nevoeiro, as cores outonais
são de uma verdadeira beleza o que me deixa uma nostalgia de ter percorrido poucos
lugares este ano onde essas cores nos deixam a ganhar raízes.
Durante a escalada a perceção da descida, com as pedras a
produzir musgo para o presépio, e as almofadas de folhas deviam dar para umas
boas KEDAS.
Com as pernas ainda amarradas à caminhada/escalada a subida
em cima da bike estava a ser dolorosa para as minhas pernas e para a
transmissão da bike do Joel, nas mudanças mais baixas tinha de fazer “DH”, o
Carlos Pereira ia dando uma ajuda na mecânica mas era impossível, o óleo nem
amarrava à corrente, mistérios…
Quanto mais subíamos, mais o 10º elemento se fazia notar e a
subida ao topo do Castro do Lesenho foi visitado apenas por dois GERREIROS
PedroS e Miguel, o Mário ainda esboçou um micro gesto de trepar até ao cimo,
mas deve ter sido um espasmo do nevoeiro.
Na descida carregava as baterias para mais alguns km de
paisagem monocromática, mas as limalhas na transmissão do 10º elemento
deixavam-no para trás com a bike de pernas para o ar. Entravamos na zona
colorida do percurso sem chuva a descer. Os castanheiros em strip deixavam as
nossas rodas calcarem as suas roupas velhas.
Aí, o Joel não se queixava, mas as subidas tinham sempre
defeitos, e a paisagem que não se conseguia ver, e estava a chover, e era só
estradões, e a zona mais técnica era muito técnica, e etc & tal. Mas para o
ano ele vai escolher um trilho em dezembro com belas paisagens, belas descidas,
sem chuva, ST e afins, tudo o que gostamos no BTT do melhor… claro que o Rocha
vai ajudar. Pq é fácil. E ao gosto e canelo de cada um. .I.
O entusiasmo parecia ser maior, já se via mais ao longe e as
subidas não apareciam há algum tempo, os trilhos estavam a ser divertido, zonas
de lajes graníticas ladeadas vegetação e muita pedra, praticamente sem recorte
no terreno onde escolher colocar as rodas. O Mário vai lembrando a loucura da
Serra Amarela, uma zona igual, semelhante, o cansaço não era o mesmo, mas tinha
o mesmo aspeto, uma bonita e bela zona, puro BTT com caminhada, o que interessa
é lá estar e passar como dá vontade, e tentar não interagir com as pedras :)
Continuávamos a descer e a passar em zonas onde há muito não
passava ninguém, tal era a altura da vegetação. O Mário acabou com a sorte de
ter furado durante muito tempo, com um pneu montado na roda traseira que
tínhamos duvidas se ele não o tinha montado do avesso tal a inexistência de
tacos. Bicicleta de rodas para o ar, assunto a resolver com a ajuda de PedroS e
Miguel. Os outros atiravam pedras para ver quem “amandava” mais longe, ou
estariam a manterem-se quentes... Não foi a melhor zona para furar, o vento
estava a cortar e os atiradores de pedras foram descendo para zona mais
abrigada.
Com a reparação a
ficar pronta só faltava virar a bike ao contrário, o Miguel fez as honras e
vaticina o que ia acontecer minutos à frente. Ao virar a bicicleta dá com a
roda no capacete do Mário, dez metros à frente já montados, repete-se a
façanha, e em keda, sai pelo para-brisas da bike e leva outra vez com roda na
cabeça….
O cansaço de alguns já estava a aparecer e a luz a
desaparecer, com mais 10km no monte o pessoal decidiu fazer o restante pela
estrada, estavam cansados mas quem os via a pedalar no alcatrão percebia que
estavam cheios de sede, queriam ir o mais rápido para o tasco comer um prego
enferrujado tal era a fracura da coisa. Uma valente desilusão o prego no final
do percurso, mas a cerveja estava como de costume essa não nos deixa mal, já quentes
de roupa trocada, que sempre é mais confortável e aconchegante.
Estes 9 bettistas chegavam a Famalicão, um banho rápido para
se juntarem a outros 6 kedistas mais 3 convidados para o jantar de Natal
KEDASbike :)
Céu limpo e um frio que te aquece as pernas, como se
estivessem envolvidas em gelo. Foi assim que começamos o dia, 8.00h da matina.
Carlos Pereira, Rocha e PedroS saiam de Famalicão em direção a Cavalões para
participar neste passeio, o Nelson aparecia para lá, eram os Kedas que iam
participar, o Arnaldo irmão deste tb se juntou ao grupo.
Chegamos, e fomos recebidos pelo Vasco, que nos inteirou do
percurso adivinhando que íamos gostar.
Colocados na caixa de partida, ou frigorífico, estávamos à
sombra e não havia maneira de aquecer. Estávamos ansiosos de pedalar e pôr o
motor a libertar calor.
9.30h deu-se o arranque, com o frio que estava arranquei
congelado, fui largando o gelo nos primeiros km sem esforçar muito e ver o
Rocha a desaparecer.
Eu e o Carlos Pereira mantivemo-nos juntos o percurso todo,
quando entramos nos trilhos deixamos de os ver os irmãos, o Rocha nos 8km
iniciais ainda dava para o ver à frente mas depois desapareceu durante 19km.
Um percurso inicial bem delineado, onde deixou os bttistas
se alongarem como pretendiam com ritmo colocado de cada um.
Monte da Saia é para os KEDASbike uma espécie de Triangulo
das Bermudas, há sempre trilhos novos e difíceis de voltar a encontrar (não
estou a falar de estradões), mais uma vez os Sem Medo BTT apresentaram um ST
fantástico que o fizemos a subir, mas que tb deve dar bom gozo a descer,
subidas curtas a ganhar altitude.
A organização a meio da subida fornecia água, ainda
espreitei se o Rocha estava por lá, nada, continuamos a subir… e mais um ST
“novo”… temos de fazer este percurso ao contrário para ver o que dá.
Ao chegar quase ao topo do Monte da Saia, a descida de
enduro/DH, o ex-libris do percurso, que demorou muito a fazer deu para apreciar
a paisagemmmmm. Um ST onde dá para entusiasmar se fores no teu ritmo de
descida. No fim dá vontade de votar a subir para arrepiar trilho abaixo.
Uns km a rolar entre campos, uma visita a uma quinta, mais
uns ST e a 5km do fim um jersey do grupo à frente, pertencia ao Rocha, tinha
vindo a reduzir a média para o podermos apanhar. Rolamos até às castanhas e
respetivo água pé.
Bom percurso tb para fazer ao contrário mas com a subida de
enduro anulada :)
Neste NGPS era eu que estava com o relógio apertado, tinha
que estar cedo em casa. Eu e o Mário saímos bem cedo e o Miguel ia recuperar
tempo na auto-estrada e na montagem da bike.
Chegamos pelas 7.00h, de portas e mala do carro abertas para
desencarcerar as bikes e restantes apetrechos para o passeio, quando o Miguel
nos dava os bons dias, chegou logo a seguir.
É só levantar o dorsal e arrancar, mas um problema
técnico/!!!? da organização atrasou a entrega dos dorsais.
O Vasco quando chega, já estávamos a fechar os carros para
arrancar. Como aqueces rápido, vê se nos apanhas, nós vamos indo devagar.
Começamos no primeiro ponto de interesse, uma visita ao
parque de La Salette, dois gansos inspecionavam ferozmente o pneu da frente do
Miguel para ver se este estava bem cheio para seguir viagem.
Aos 7km já estávamos a ser brindados por um ST ladeado por
um ribeiro, a vegetação era densa com uma camada de outono no chão, juntando as
últimas (poucas) chuvas acompanhados de raizeiros faziam a pilotagem mais
difícil, mas é aí o sal da coisa.
Depois deste entusiasmo, uma subidinha de 10km, não era
sempre a subir era “gradual” subias, descias, subiassss, descias,
subiassssssss, descias e a parte final subiasssssssssssss. Lá está “gradual”.
Comecei com roupa a mais e esta 1ª fase estava a ficar todo roto…
No alto da Srª da Graça (esta é a filha de Mondim de Basto) contemplávamos a paisagem e tentávamos ver as outras cidades mundiais hi! hi!
hi! ao mesmo tempo descarregávamos a despensa e enchíamos a blusa. O Vasco
ainda não tinha aquecido…
Como este percurso era um rompe pernas, esperava que as
descidas começassem a fazer galgar km de entusiasmo. Preparar para descer e…
paralelo... e alcatrão… poucos metros à frente olhar para trás e ver o
desperdício que foi descer por paralelo/alcatrão e ver um trilho na direção que
estávamos a seguir… são opções, aguenta.
Mais um romper de pernas e descer novamente, agora com
trilhos em direção: Há Vadia, essa grande desestabilizadora dos homens. O gps
começou a buzinar freneticamente a anunciar a paragem, o Miguel ia tão
entusiasmado a descer que não reparou nem ouvia o clamor, a súplica de paragem
obrigatória, só quando o cheiro a pneu queimado lhe chegou ao nariz é que deu meia volta e se
apercebeu do erro de cálculo que estava a cometer.
Fomos dos primeiros a chegar à cervejeira artesanal da
Vadia, eu e o Mário com algum receio de beber muito e depois ainda ter de
pedalar mais 50km. O Miguel esse queria experimentar todas e assim ficar ao
nosso nível físico. Beber álcool num passeio mais exigente, a mim as pernas
ficam logo mais pesadas, mas se for no fim, fico como novo ah! ah! ah! Já saía
das experiências cervejeiras com calor e aproveitei para tirar uma camisola, já
eram 10.00h e já estava acordado desde as 5.15h por isso é normal beber uma
geladinha. Se o Vasco não entrou é sinal que passou sem ver este monumento.
Mais uma transição excelente, ao lado do Rio Caima. 27km e a
2ª subida do dia mais longa, a descida foi em estradão rápido e acabou.
Mais 40km feitos e subir para descer (boa, por isso é que
participaste) e foi a fase do percurso mais rápida onde já apareciam muitos
bttistas dos trajetos mais curtos, já ansiávamos pelo “reforço” no Parque
Molinológico de UL ao km 53.
Os 3km que antecederam o “reforço” foram tb generosos em
termos de trilho e paisagem. Percorrer a margem do rio de bike e apreciar os
diversos moinhos de água sabe sempre a cerveja Vadia. É VERDADE! E assim
chegamos ao reforço, com sede. O Vasco já lá estava, sem sede e sem fome, mas
acompanhou-nos na rodada. Eu bem dizia, falhou o berço da Vadia o gps não usou
a campainha, mas vingou-se no “reforço”
Ainda faltavam 22km e cerca de 500m+ de acumulado, já não
havia a cenoura Vadia à frente a puxar, estava agora nas pernas. A placa a
dizer tens a certeza que queres continuar, não te vais arrepender… apareceu na
cabeça, foi um bom serrote para as pernas.
Um belo dia para manobrar mais um passeio desorganizado pelo
Clube BTT Famalicão, é assim que eles gostam de apresentar este passeio com 17
anos.
Os kedas Nagy, Carlos Pereira, Rocha, PedroS e o Mário eram
os que iam “organizar” o passeio. Pequeno-almoço no Xilas, às 8.00h e
prolongamento até às 8.30h, arrancamos já com os nossos donativos entregues à
Refood.
O passeio ia andar pelo nosso quintal de domingo com mais
alguns km para a encosta do Monte da Franqueira em Pereira. Começamos pelo de
Monte Sta Catarina, onde às vezes passamos a domingueira toda só nesse monte,
num sobe e desce constante, mas eles conseguiram acrescentar mais um trilho às
nossas rodas.
Perto dos 20km um problema na corrente e K7 na bike do Rocha
e os primeiros avistamentos de outros “manobreiros”, vão passando por nós.
A organização já tinha avisado que ia haver um reforço, e no
km 20 assinalado lá estavam eles, mais uma montra de pastelaria à escolha,
junto com alguma fruta e água. Vão chegando mais alguns grupos de “manobreiros”
incluindo o Luís Martins “o amigo” que tb fez alguns km connosco em Oliveira do
Hospital. Juntou-se ao grupo, conhecia bem o Carlos Pereira e assim engrossamos
as fileiras.
Balazar, Arcos e Rates ficavam para trás para treinar um
pouco na ciclovia em direção ao monte da Franqueira.
O gps informava “perigo degraus” escadas? pensei eu… aqui no
meio do monte? É possível mas os degraus eram drops, uns belos drops com muita
opção de escolha por onde colocar as rodas, no fim ouvia a satisfação do Carlos
Pereira, assim sim.
Chegávamos ao monte da Franqueira, foi pouca a nossa
presença lá. O Nagy e Rocha abandonavam o percurso e a estrada era mais
agradável para as suas pernas, com o relógio mais curto, já a pensar na mudança
da hora.
Mais uns trilhos para fazer novas tatuagens nos braços, tal
a quantidade de silvas, andam bravas este ano.
Com vista para o monte da saia, fazíamos uns km em sentido
contrário do manobras do ano anterior, estava com a expectativa qual a opção da
organização de escalada ao topo do monte. Mais uma novidade, não conhecia a
parte inicial nem o rabo da cabra que tivemos de trepar, técnica e dura. Algum
tempo para oxigenar o cérebro, continuar a subir gradualmente até ao ST do alto
do Monte da Saia, pensava eu, mas a organização optou por outro trilho, e lá fomos,
Snif! Snif! O ST para nós Kedas era o mais interessante mas seguimos a escolha da
organização.
Depois da descida era praticamente rolar até à ciclovia e
desaguar no pavilhão municipal, o Luís Martins na ciclovia seguiu para casa.
Ao chegar ao pavilhão encontramos o Vasco que tb participou
no manobras, passou-nos enquanto fomos marcar presença na Tasquinha do Zé para
começar a preparar o pica no chão.
Convidamo-lo para ir tb arrancar os ossos da carne do
frango, ao que ele anuiu entusiasmado já a mastigar em seco :)
Chegamos à Tasquinha do Zé às 15.00h já lavadinhos e com
grande apetite, os Kedistas do manobras menos o Nagy, juntando o Joel e o
Locas, mais o Vasco.
Este sim é btt puro e duro, pica no chão excelente e as
sobremesas acompanhadas com espumante, mais uma maratona das 15.00h às 20.30h…
Dois Kedistas, PedroS e Pedro Faria às 5.25H já estavam a
caminho de Oliveira do Hospital.
Ao chegar ao Porto entre ultrapassagens saltou-nos à vista
uma roda de bike na mala de um carro com aspeto conhecido “imbestigue-se”.
Uma aproximação mais calculada com os olhos no condutor, as suspeitas
confirmavam-se, era o Vasco dos Sem Medo BTT. Ia com tal atenção que os nossos
gestos não o faziam olhar para o lado, era como se estivesse a descer uma
trialeira cheia de pedras que ao desviar o olhar era o mesmo que levantar voo :). Teve que ser à base de tlm para perguntar onde ia ele àquela hora da matina.
Ambos na direção de Oliveira do Hospital, dei-lhe a minha roda traseira para
ele aproveitar o vento já que não sabia muito bem onde tinha de aterrar em OH.
Chegamos bem cedo a Oliveira do Hospital mas não fomos os
únicos, já se via muitos carros com bikes espalhados nos diversos cafés.
Chegamos ao secretariado já com filas para levantar o dorsal. Este pessoal
levantou-se todo muito cedo…
Prontos para arrancar e fugir ao Miguel/Joel que estavam a
chegar, dar algum tempo, preparar o aquecimento para não ter de ir com a
língua pendurada perto dos raios da roda da frente para os acompanhar :p
Ao arrancar o bidão salta à vista por não estar lá, ficou no
carro. Com o calor que se ia fazer entre os 30ºc/33ºc mais valia fazer os 2km
até ao estacionamento, um para baixo e outro para cima. Depois da falsa partida
o Miguel já tinha chegado ao secretariado e foi arranjar estacionamento.
Faria, PedroS e Vasco levantaram âncora e zarparam, o Vasco
aquece muito rápido e o ritmo é forte para os Kedas, aquecimento é feito com
mais calma. (e demora o percurso todo)
Chegávamos a um ponto de interesse, ao lugar Bobadela com
vestígios romanos e um Break Coffee oferecido pela organização, mais um pouco
de nitro para o Vasco poder levantar asas. Começou aos poucos a desaparecer e
pelo km12 um furo na minha roda traseira ajudou ainda mais a sua “fuga” (estava
com o relógio controlado). Ainda tentei que o líquido tapasse o furo mas o som
contínuo de “trabalhar em seco” … mais vale mudar a câmara-de-ar. Ao ver se
tinha algum pico amarrado ao pneu na parte de dentro, apanhei um pequeno susto
com a primeira apreciação de tato, não sabia bem o que era mas era bem
resistente, confirmei depois que era um prego de tamanho familiar, “quase que
vazava o aro”, e o líquido não fez o milagre. Já na parte final da reparação o
Miguel/Joel/e amigo chegavam ou apanhavam-nos. Empacotamos as sobras e carrega
nos cranques, em direção à aldeia de Avô.
Chegamos a Oliveira do Hospital com uma coluna de fumo no
horizonte e a perceção era que estávamos a deslocar-nos para lá e este sem
diminuir a intensidade.
A Primeira grande descida do dia, uns 6 km com algum
entusiasmo de trilhos, onde os km passavam a correr. A aldeia de Avô já a
apontava-mos com o nariz e a descida um pouco técnica não deixava muito para a
apreciar em movimento não vá o azar bater à porta.
Esta aldeia é muito fotogénica e de qualquer lado fica bem,
as ruelas, os canteiros, as pontes, a praia fluvial, a visita ao seu castelo trepado com
a bike às costas. O Faria preferiu começar a peregrinação ao topo do
Colcurinho, declinou o convite da organização a visitar o castelo e assim
preferiu ver em postais em vez de presenciar. Mas merece uma visita mais cuidada,
esta simpática aldeia.
O Faria já levava um bom adianto e os meus companheiros
carregam bem nos cranques, já sentia a falta dele ou do ritmo que ele levava.
Os 15km a subir para vencer os 1000+ enganavam bem, o gráfico não mostrava
algumas descidas e zonas mais planas o que ia aumentando a percentagem de
inclinação a vencer. O silêncio era tal, ninguém falava, só a respiração é que
fazia barulho ou ia incomodando, ou melhor era bom sinal, estava a respirar.
Mas continuava com a cabeça muito perto da roda da frente e a paisagem ficava
para quem estava a subir apeado e a respiração mais normalizada. Eu continuava
a pedalar só até aquela pedra… só até aquela pedra… mas havia pedras por todo
lado umas dez e assim aterrava na aldeia, a das Dez. Para ser sincero não me
lembro nada desta aldeia, não tinha muito oxigénio no cérebro e este não
registou nada para memória futura. Agrupamos e abastecemos, 5 km de subida
ficaram para trás.
Faltavam DezZZZZ este nº implacável, continuávamos na
peregrinação ao alto do Colcurinho que ficava a 1200m de altitude, o Miguel
/Joel/e amigo, estavam uma pedalada à frente a cada DezZZZZ metros de subida.
Nas inclinações mais acentuadas a transmissão muito usada da bike do Faria
obrigava-o apear e fazer estas inclinações a ver a paisagem, ou melhor, ver o
que podia.
Ao longe o incêndio continuava a lavrar terreno, diziam que
era para a Zona da Pampilhosa da Serra, os aviões que o andavam a combater
passavam alguns metros abaixo onde nos encontrávamos, dava para ver o piloto.
Quase parecia que dávamos incentivo um ao outro. A faltar 1,5km para o topo
ufa, ufa, um patamar de descanso, aiiiii, é que sabe bem. Todos iam parando
para analisar o resto da subida que faltava, carregar energia, reparar trilho
acima a quantidade de BTTistas com a bike ao lado, ver as magníficas montanhas
circundantes. Mas lá no topo quase mais 200m+ em cima as vistas seriam sem
dúvida mais interessantes. Tinha a certeza que uma parte da subida ia ser feita
à mão ou com cordas, o teleférico ainda não tinha chegado. Usando a técnica só
até aquela pedra, só até aquela pedra, mas não dá, o melhor é ver as vistas e
apanhar rede do satélite que estava a falhar.
No topo já com a respiração normalizada, o Miguel/Joel/e
amigo davam as boas vindas, ao que só consegui levantar um pouco a sobrancelha
a dizer P”#$ F&%$#” de subida mais o C%”#&%, ou pensei… dassssse 1,40h
a subir…
Realmente depois de subir e estar no topo, ainda pensas.... não
foi duro, valeu bem a pena, a paisagem de montanha é deslumbrante, mas sim… tou
todo F$#&”%.
Descida para Piodão sem trilho interessante, à base de
alcatrão e estradão de terra, aqui já pensava nas subidas que fiz para descer
de carro… Só ficou interessante quando começo a ver Piodão e o zoom vai aumentando
até chegares à selfie.
Mais uma aldeia que todos os portugueses deviam conhecer.
O Faria ao longo do percurso ia dizendo, “tantos km só para fazer o ST de Piodão
- Foz D´Égua”. Não conhecia e estava expectante, quando entramos no ST o
cansaço desapareceu e a diversão começou, alguns caminheiros no trilho
estreito, o lado esquerdo uma ravina sem perceber muito bem a profundidade,
zonas sem visibilidade, etc & tal. Estava mesmo a curtir o ziguezaguear
forrado com xisto e curvas com receção para não perderes velocidade… foi
fantástico. Estou como o Faria tantos km para fazer um ST mas que valeu a pena,
ah se valeu. 7 minutos onde só estás tu e o planeta… quando chegamos a Foz
D´Égua um conto saltou à infância, os livros fantásticos com imagens pintadas de um subconsciente
existente, palpável, romanceava as pedras de xisto colocadas umas sobre as
outras formando obras marcantes em quem tem o privilégio de estar presente ali
e fazer parte do nosso ser. Brutal.
No fim da adrenalina, a nostalgia, encontro o Miguel/Joel/e
amigo (Hi! Hi! Hi!) parecia-me que o Miguel andou a fazer de pato, ainda se via
o cabelo molhado e não, não era do suor.
Já tínhamos comido 48km e o Faria estava satisfeito, não
queria/não podia/a bike não queria subir mais 500m+ e cortou por estrada (fuga
2), ainda fui tentado a acelerar para apanhar a roda do Miguel/Joel/e amigo mas
a subida não deixou e fui colocando o meu ritmo (ritmo = a respirar, respirar e
respirar sem cansar muito os músculos dos pulmões). Mais 7km de
alcatrão/estradão a subir, uma horinha, já começava a enjoar de tanto
doce/barras que fui comendo até então. E para conseguir comer mais sem vomitar
(que já era o inevitável) comecei a misturar com os medronhos que ia encontrando
pelo caminho. Já se via muito homem da marreta pelo caminho.
Pensei que ainda tínhamos de subir mais, mas quando a
descida começou a parecer que ia continuar, voltei a carregar o estômago bem
atoladinho para ter energia nos últimos 15km. E foi descer, descer, descer só
olhar para a paisagem e ver ao longe o topo da Serra da Estrela. Mais uma vez a
paisagem sobrepunha o trilho… ainda pensei encontrar o Faria na junção da fuga
mas os medronhos, o empeno e o ânimo não deixaram, os estradões não me dão
vitamina.
Fiquei com a ideia que os últimos 5 km eram a descer/plano e
descorei a reserva de água para o final. No percurso ao lado do Rio Alva a água
do Camelbak estava pelas pontas mas o bidão ainda tinha água suficiente, culpo
o meu cérebro por não me ter aconselhado a encher mais água, com o calor que
estava.
Depois de ter passado pela aldeia de S. Sebastião da Feira e
começar a subir aquela ranhosa de paralelo à esquerda… DASSSSSSSSS entrei em
erupção e a água quase que desapareceu toda. Ai! Ai! Agora é que vão ser elas
sem água e ainda faltam tantos km e só vejo monte…
Reduzir os gastos ao mínimo e esperar por uma porta ou
janela. Passam três colegas folgados na pedalada por mim e mais à frente param
para esperar por outro, que como eu que só lá vai com os vapores. Perguntei amavelmente
se por acaso não levavam água a mais, ao que os três gajos porreiros disseram,
“ a mais não, mas dou-te metade do que levo” disseram os três. Mas assim vou
ficar eu beneficiado, não há problema já está a acabar e tu estás todo fu”#$
pensaram eles. Ainda bem que eles me apanharam… Enquanto agradecia o
Miguel/Joel/e amigo passavam por mim quase sem me ver, acho que tb estavam a
ficar KO ou então pararam para beber uns copos Ah! Ah! Ah!
Fomos os quatro continuando a pedalar em direção ao sol, é
que não parava de subir até à N17. Depois foram uns km a vapor e tirar o ácido
lácteo dos músculos.
O Faria ainda encontrou o Vasco na junção na fuga 2.
Na “meta da partida” fomos degustando as iguarias de
Oliveira do Hospital, o que saltou ao palato foi uma sopa de castanha
fantástica com o sabor e textura de fazer uma viagem só para comer a sopa.
Em rescaldo do passeio: como trilhos, descida para aldeia de
Avô, o ST de Piodão Chão d´Égua e subida ao Colcurinho. As aldeias e paisagem
serrana. As outras descidas e subidas sem interesse, estradão/alcatrão.
Ps: agradecimento aos três Bttistas que levavam água a mais…
NGPS desta vez foi nas asas do açor para o centro, Benfeita
era o pouso. Duas horas de viagem acompanhado pelo Miguel Martins…ui… vou ter
que dar mais ao canelo com a companhia dele.
Quatro dias antes estava só para a viagem até Benfeita, um
encontro de 1º grau na ciclovia com o Miguel enquanto nos cruzávamos no treino,
deu para saber que íamos os dois participar no NGPS, mais vale ir a conversar
do que a cantar a viagem toda só :). Ficou ali tudo marcado para a saída no
sábado de madrugada.
Chegamos a Benfeita pelas 7.30h, no levantamento de dorsal
encontro o Tó (de Tábua), o Miguel tb vai encontrando alguém, o relógio vai
andando e o arranque em cima da bike deu-se pelas 8.15h.
Já tinha estado na Fraga da Pena há uns 20 anos atrás numa
visita a Tábua, mais alguns anos passados noutra visita já de bike, fui
conhecendo alguns trilhos até conhecer esta maratona e participar desde 2011,
repetindo algumas vezes os trilhos ao longo dos anos.
A Serra do Açor, eu sabia que era por ali que morava, mas
nunca tinha batido à porta nem sequer entrado. Por isso a expetativa era grande
conhecendo bem os trilhos de Tábua, Benfeita ficava logo ao lado. Os 64km e
2000+ de acumulado, apresentados pela organização era um bom aperitivo para as
pernas, mais a informação de alguns ST pelo percurso fora YUPIIIIIIIII.
Começamos a pedalar e aumentei a resolução do GPS para 12m
tal era a quantidade cortes e cortinhos, desvios rabiscados por cima de uns
curtos muretes. Isto promete…se começa assim… vai ser bom e arrebentar depressa
D#$%&. Custou aquecer, ou melhor aquecimento à pressa com picadas curtas
mas bastante inclinadas, forçando atenção em alguns taludes acentuados pelo
desnível com algumas zonas técnicas espalhas pelos ST nestes primeiros 5/6km.
Uma figueira no trilho! Vamos ver se os figos são bons,
fomos provando os figos até onde os braços chegavam e confirmava-se, eram todos
saborosos. Mais à frente temos uvas, uma vindima simples, tirar um gaipo e
pedalar. Com esta companhia os trilhos ficam sempre mais limpos :), se está no
caminho… é para comer :).
No primeiro pico ficavam 20km para trás, descer até à aldeia
Pai das Donas (um nome bastante subjetivo) aí descobri que me esqueci de
colocar o dorsal. (Isto de dormir pouco…)
O terceiro pico, dos mais altos, ficava ao km 33, já na Serra do Açor em direção à aldeia Relva
Velha com placas repetidas no percurso de indicação Mata da Margaraça, Piodão e
outras tais, dava noção ao Miguel que andávamos sempre à roda. Eu não sentia
isso mas sentia bem as pernas, mas a companhia dos carvalhos, pinheiros,
castanheiros, etc e tal faziam esquecer que estava a subir. Não vi eucaliptos
ou não saltaram à vista, o que é sempre bom já que na minha “aldeia” é a base.
A aldeia da Relva Velha tinha uma espetacular janela, uma
vista, um miradouro ou simplesmente um banco sobre a Mata da Margaraça. Dá para
estar lá algum tempo só para observar.
Chegávamos ao topo do percurso 40km já feitos, e pelo
gráfico eram quase 10km sempre a descer o que é bom no comer km.
Começamos por descer em direção a aldeia Moura da Serra,
atravessando-a para a bike entrar em mais um ST e apreciar o relevo do terreno,
com descidas e subidas “ascendentes” enganando as pernas. Mais à frente uma descida
em tipo corta fogo bastante acentuada sem piada nenhuma, só para ganhar
velocidade e vencer rapidamente a altitude ganha. (no final ao falar com a
organização disseram que andaram a desflorestar aquela zona e não dava para
melhor :)
A alegria voltou depois de quase ter feito um birra com a
descida enorme em estradão, uma porta para another ST mesmo encostado a
Benfeita, com 50km comidos. Este descia, subia, era dura como o xisto que
calcávamos, e a noção que tinha era descer 150m para subir 300m. Já começava a
sentir o homem da marreta. Os ST quando estou perto de rebentarrrrrrrrrrr ainda
dão gozo mas tb dor de pernas.
A zona mais técnica do percurso estava no km 52, passar
entre casas, descendo escadas assimétricas num carreiro estreito, com algumas
receções fora do trilho com keda a 1.5/2m de altura, como ainda tenho os dentes
originais e cu, desci da bike em algumas zonas. No final para acabar uma
valente picada, só esperava que a roda traseira resvalasse para ter desculpa
para ir ao lado da bike a fazer DH, ou peregrinação, ufa! ufa! ufa!
Mais um ponto turístico a visitar ou rever, Fraga da Pena.
Eu e o Miguel tínhamos calções no camelbak para o banho, mas à hora que
chegámos com o tempo ventoso, frio e a pouca água na cascata, fez abortar a
ideia. Nas mesas fizemos um piquenique com o que levamos para comer e
retemperar as forças. Mas o voltar a montar na bike já me doía… a consciência…
Subir até à aldeia de Pardieiros e continuar a subir até
Sardal e mais uns ST fantásticos descendentes ou nem por isso, inseridos numa
paisagem e relevo assinaláveis onde os travões e o abdominais trabalhavam em
sintonia nas curvas. A força muscular estava a desaparecer para ficar só a
mecânica, o ultimo ST em descida serpenteado com curvas em graus acentuados que
derreteram os meus abdominais todos ficando as ultimas curvas feitas à mão,
respirando para pegar na bike. Para finalizar e ver se os bttistas estavam em
boa forma, uma passagem estreita encostados ao muro do lado direito, e uma
possível keda do lado esquerdo que ia alternado a altura conforme te apetecesse
ou acontecesse a tal keda. O oxigénio já não era muito e estava todo F”#$%.
Mesmo ao acabar encontramos pessoal de Famalicão, os Floresta BTT, e ainda
houve força para pegar na bike e ir visitar a torre da paz.
O percurso foi muito bom com paisagens e flora de encher o
olho e as diversas aldeias que visitamos ou passamos ao lado, tipo rosa dos
ventos, deram-nos as perspetivas diferentes das mesmas. Numa zona serrana, ver
as aldeias colocadas no meio do verde dá uma sensação de paz, não sei se foi
por isso que Benfeita tem uma torre de homenagem à paz, mas faz sentido. A
quantidade de ST de qualidade e alguns técnicos deixa sempre vontade de ir para
trás para os refazer. Uma das caraterísticas deste trilho foi fazer muitos km
em encostas dos diversos vales que passamos deixando a vista ao longe poisar.
Muito bom!
E a quantidade de estrangeiros que ali se vão encontrando….
Foi muito bom tirando o estradão que falei, mas já foi
explicado.
De salientar que deu diversos acumulados que iam de 2000+ a
2700+, a mim deu 2700+ o meu STRAVA tb sentiu as minhas pernas…
Na Serra da Arrábida foi colocado o marco NGPS, assim
estendeu em km percorridos de carro do meu quintal até Palmela como a maior
distância feita para andar de Bike.
Aquando a saída das etapas do NGPS, a de Palmela saltou-me
logo à vista, se o percurso fizesse km qb na Serra da Arrábida a minha presença
era quase garantida. Conhecendo eu a Serra de carro entre Sesimbra e Setúbal,
imaginando os trilhos coloridos com os olhos no mar, Troia, Setúbal, Lisboa e
Tejo. Tinha tudo para ser um belo dia de btt.
Saí de véspera para Lisboa para encurtar a viagem e
pernoitar em casa de uns amigos no centro, assim ficava a meia hora de Palmela.
A manhã em Lisboa estava ventosa e fria, o relógio marcava
7.10h não trazia mais nada a não ser o jersey, o corta -vento tinha ficado em
Famalicão, as indicações do IPMA eram… calor.
Às 7.50h já estava em frente ao secretariado a levantar o
dorsal, não havia muitas inscrições, cerca de 80 e a probabilidade de fazer o
percurso só eram grandes. Continuava vento e frio…
Arranquei, a visita guiada via GPS em Palmela levou-me a
percorrer a parte antiga da cidade, subindo até ao castelo passando pelo jardim
do mesmo. A vista era grandiosa e com alcance livre até onde os olhos
conseguiam delimitar o horizonte.
Uma longa reta fazia a entrada no trilho deixando 5km já
percorridos. Enquanto o sol ia acariciando as costas dando pequenos empurrões,
o vento de frente ia dificultando a progressão. Contemplando a paisagem pintada
com moinhos virados para a capital, a predominação de tons de sol espalhados na
tela iam acordando a minha sombra em cima da bike. O corpo, esse dizia que
tinha estado pouco tempo na cama. Ai que sono…
A excitação ia em crescendo e com o aquecimento muscular o frio foi
desaparecendo. Mais à frente passava por mim o primeiro colega NGPS, vai bem
depressa, deixa-o ir que não tens pernas para o acompanhar. Com subidas, ST e
descidas umas perto das outras íamos mantendo o contacto visual um do outro e
pelo 15ºkm juntamos o “nosso” esforço pedalando na companhia um do outro.
Uma das características deste desporto é tb teres a hipótese
conviver e presenciar vida selvagem no seu estado puro. Depois de te encheres
de adrenalina a descer uma zona técnica, deparaste com uma águia no trilho a
dar bicadas numa cobra segurando-a com as patas. Com a minha aproximação a
águia bate asas tentando levar a cobra nas patas deixando-a cair, esta com
algumas bicadas e com aspeto de quem levou uma grande tareia rastejou para onde
pôde. Foi das imagens mais impressionantes que vi até hoje em cima de uma bike.
Pena não ter conseguido filmar o início… :(
Paramos na Comenda para abastecer água e comer alguma coisa,
aí já se via um bom nº de colegas de NGPS, os percursos já estavam juntos e a
quantidade de Bttistas a abastecer já era assinalável. Eram 11h e 45km já
feitos, a organização já tinha avisado que a parte final ia ser mais dura e
para guardar reservas para o fim, o que eu fui fazendo.
Voltamos aos trilhos e logo em ST, ok, era plano mas sempre
tem curva contra curva, uma brincadeira ali, uma subida acolá, e para ajudar à
festa Bttistas em sentido contrário… e logo nos primeiros metros, um Bttista
vindo de frente assustando-nos mutuamente trava mais com o travão da frente e é
projetado pelo para-brisas da bike esbardalhando-se no chão. Foi um aviso para
ir sempre a berrar ST fora não vá haver mais alguns pelo caminho.
O calor em certos vales já era assinalável, e a brisa fresca
da manhã já se sentia falta. No ar o cheiro a madeira conhecida, não a
identifiquei logo, mas à frente fui-me apercebendo com o calor as pinhas iam
abrindo, deixando a fragância do pinhão no ar.
O sobe e desce continuava, com alguns ST e as tais curtas
subidas em agulha vistas no gráfico estava a senti-las agora. Com a falta de
vento e o calor a apertar já ia aparecendo alguma fadiga. Há que contrariar,
hidratar e comer mais, já faltavam poucos km.
Como o colega Luís era da zona, ia fazendo de guia turístico
e de guia de trilhos, já conhecia a maior parte por onde tínhamos passado.
Avisava-me que o próximo trilho tinha uma descida bem escavada de regos, o
melhor era pela direita para enfrentar a descida. Com a minha aproximação
deixou bem claro que toda a zona era de difícil execução e com poucas
probabilidades de ser uma descida “limpa”. O aumentar da velocidade vai descontrolando
a bike mas… “aterrando” bem na receção entrando de seguida num ST de sobreiros.
A sombra já era demasiado agradável para de seguida desaguar numa “planície
ascendente” onde a vegetação seca indúsia que os km já estavam a findar.
Umas centenas de metros à frente, encontramos um colega a
pedalar combalido depois de ter dado uma keda na zona da descida cheia de
regos. Perdeu o controlo da bike e foi cair num buraco no talude. Contando-nos
à posterior a dificuldade de sair do buraco tendo ficado 10/15 minutos a tentar
voltar ao trilho. Fizemos-lhe uma guarda pretoriana até ao fim, e que fim, em
pouco mais de 2km subimos 150m+, até perto da meta. O colega da keda começou
apanhar melhor sinal e já se sentia melhor.
Foi um percurso com tudo que o btt pode oferecer, mas uma
subida a um topo mais alto para melhor apreciar as vistas era o ideal, não sei
se era possível…
Um agradecimento ao Luís Raposeiro pela companhia.
Maratona de Tábua, desta vez em modo passeio, sem controlo
de tempos e com partida livre ao estilo NGPS. Inicialmente limitado a 700
inscrições, rapidamente se alargou a 1300 o que obrigou a alteração no
regulamento com partidas faseadas de 6 boxes, alternadas em períodos de 10
minutos.
compacto
Durante a semana Pedro S. propôs três hipóteses de modo a
desfrutarmos dos famosos ST em movimento. A hipótese escolhida foi a terceira,
que tinha um ambicioso plano “estar sempre na frente com os primeiros” na fuga
ao pelotão nos km iniciais, mas já lá vamos.
De Famalicão inscritos 4 kedas Pedro S. Carlos Pereira,
Rocha e Nagy mais o Mário de Braga. À hora marcada (05h15) reuniu-se o grupo
que partiu em direção a Tábua para garantir o melhor lugar para a partida.
Chegada a Tábua pelas 07h15m e rapidamente preparamos as bikes e nos preparamos
para um dia de calor tentando partir o mais leves possível deixando para trás
(inclusive nas obras) todo o peso desnecessário.
ST Moinhos
O arranque deu-se como planeamos e rapidamente nos colocamos
em fuga aproveitando para aquecer antes do primeiro ST. Quem não gostou da
ousadia foram dois indivíduos do sexo canino que tentaram comer o membro extra
que o Rocha tinha descoberto na semana antes em Valença. Chegados ao km 6
tínhamos o(s) primeiro(s) ST - trilho dos moinhos, só para nós, a dúvida era
qual o melhor esquerda ou direita? Pedro S. e Carlos Pereira optaram pela
direita e os restantes embarcaram no carrocel da esquerda numa sequência de
curvas apertadas entre troncos culminando na travessia de uma das famosas
pontes. Tão depressa começou como acabou. Chegados ao fim reunião de grupo para
decidir quem fez a melhor opção, a decisão foi unânime “O meu trilho era melhor
que o teu”.
ST Brian + ST Vale Perdido
Depois de aberto o apetite era tempo de acalmar o ritmo e
desfrutar da festa tentando não perder a oportunidade de “estrear” os restantes
ST, em catadupa o ST Brian e ST Vale Perdido. A festa parecia ainda estar a
acordar, julgando pelo espanto dos “batedores” ou do fotógrafo sonolento
acordado pela poeira que íamos deixando no chão. Depois de mais um ST lá
chegamos ao reforço animado por um rancho folclórico equipado com um sulfatador
de atletas. Repostas as energias lá rumamos em busca dos próximos trilhos com o
Nagy a combater a sonolência carregando violentamente no cranques e a fugir aos
fugitivos.
ST Caparos
Banda Musica
Antes do famoso trilho dos Gaios, finalmente a festa
começava a ser uma realidade. Primeiro fomos brindados pela atuação em plena
mata de uma orquestra com uma versão da criatura da noite. Tocavam muito,
talvez empolgados pelo que consideram ser o melhor público que tinham tido até
então.
Uma hora e meia depois a fuga terminava e eramos alcançados
pelos primeiros atletas que (não se sabe porquê mas desconfia-se) fugiram do
controlo anti doping. Para que não restassem dúvidas que o andamento que
vínhamos mantendo até ali se devia única e exclusivamente aos mais naturais dos
alimentos
(alguns cedidos pelo Jô na sua banca de produtos naturais á base de…
açúcar), paramos voluntariamente no posto de controlo, abdicando de lutar pela
inexistente classificação geral e, quem sabe, por um lugar no pódio dos que
passam ao lado da verdadeira festa que é a maratona de Tábua. Neste posto
estavam destacadas um conjunto de técnicas do centro antidopagem devidamente
credenciadas pela organização. Todos passaram nos exames com distinção com
exceção de um elemento que face ao desempenho que vinha demostrando, sobretudo
nas descidas, teve que realizar uma contra análise que confirmou (mais que uma
vez) que estava limpo.
ST Vale de Gaios
Depois de tantos elogios a Tábua que fui ouvindo durante as
etapas do NGPS, as altas espectativas estavam confirmadas, mas faltava o trilho
dos gaios, o mais conhecido, o mais… bem, só descendo se percebe a magia deste
ST. Pedro S. foi o primeiro a entrar no trilho (com o excesso de confiança
característico de quem tem uma suspensão “nova” de “última” geração com uns
estonteantes 15mm de curso) e voou baixinho, arrastando atrás de si o Rocha e o
Carlos Pereira que foram passando as pontes, túneis naturais e rios que compõem
o trilho debaixo de aplausos e muitas mãos na cabeça de quem assistia à
passagem dos bttistas. O resultado desta insanidade temporária foi confirmada
no dia seguinte, um dos mais rápidos no trilho.
Depois da extenuante (literalmente) descida dos Gaios
chegamos à separação dos trilhos. Era tempo de fazer um check up à condição de
cada um e decidir ficar por ali ou continuar para os 78km. Todos decidiram
procurar um empeno como deve ser nos km seguintes.
ST Pedra da Sé
O percurso levava-nos agora para um ST com vista para o
Mondego, onde alguém já teria visto canoístas nudistas com os “cabelos” ao
vento. O trânsito nos ST começava a fazer-se sentir à medida que íamos sendo
alcançados por atletas mais apressados. Passado este ST era altura de subir e o
Nagy volta a evidenciar a boa forma em que se encontra e acelera rumo aos 14 de
média.
ST "Mondego"
Depois da subida mais um ST que começava com uma sequência
tipo iô-iô e que rapidamente nos levou de volta à margem do Mondego onde o pneu
da frente do Carlos Pereira opta pelo suicídio, talvez antevendo a recusa de
alguns músculos em continuar a desfrutar da festa. O Rocha logo se prontificou
a ajudar e depois de ceder as desmontas fez o sacrifício de tirar a roupa e ir
procurar remendos no fundo do rio, sem sucesso, apenas peixe e nada de camaras
de ar. Avaria resolvida era altura de continuar o caminho onde 1km acima nos
aguardavam Nagy e Pedro S. Nesta altura os músculos do Carlos começaram a
salivar pelo naco do Tone Moleiro e recusavam pedalar. Decidiu então rumar a
Tábua pela estrada levando com ele o Rocha (Ooooh!!!) que, já de banho tomado
(no Mondego) foi reservar uma mesa para 12.
ST Selva
Faltavam agora 13 km para o trio Nagy, PedroS e Mário. Este
último, depois de ouvir a balada dos empenados no ST da selva, avisa que está
justo de forças. Quem estava com a corda toda eram Nagy e Pedro S. que
encetaram uma saudável competição na procura de mais uns pozinhos na média.
Inicialmente o Mário tentou seguir com o duo, mas a oito km do fim, num súbito
ataque de saudades dos companheiros que tinham seguido por estrada decide abrir
o capô, ligar os 4 piscas e desembraiar até à meta acompanhado pelos dois
fugitivos.
Depois do banho o balanço foi feito à mesa do Toino Moleiro.
Voltamos ao topo do Minho para ver as novidades que os
Amigos da Montanha encontraram lá para os lados de Valença.
Rocha e PedroS encontraram-se com o Mário para participar
neste evento. Digo já que o tempo estava ótimo para pedalar e o Rocha desta vez
não ia ter desculpa para escapar de fazer o percurso todo.
Ao longo da ciclovia ao lado do Rio Minho fazíamos o
aquecimento em direção sul, uns bons 6km ficavam para trás. Assim já podíamos
preparar bem os músculos para começar a trepar.
Do km 15 ao km 25 era a nossa primeira meta, a primeira
subida, a fazer lembrar os Cumes que os Amigos da Montanha organizam, faltando
mais dois cumes de superação. O tipo de piso ia decidir o empeno. Com subida
técnica e diversos tipos de piso desde calçada, a calçada desfeita e esburacada,
regos, raizeiros e peregrinos em catadupa a descer no caminho português para
Santiago de Compostela. Já se via alguns bttistas a arrastar a bike e o Rocha
já ia avisando que se fosse sempre assim que procurava a tabuleta VALENÇA, eu
ia indicando os km que faltavam para o fim.
Uma boa subida tem que ter uma boa descida para o esforço
ser compensado, e serpenteando monte abaixo tivemos o nosso prémio. A descida
apaga o esforço da subida, na descida há certos pontos no cérebro que vão
desligados e as picadas do mato nas pernas não se sente até começares a subir,
ai sentes uma leve comichão e só depois é que o interruptor liga o sinal de dor
de diversas picadas em poucos minutos. Entre as minhas pernas e as do Rocha, é
ver as que tinham mais pontos vermelhos. Ganhei eu pq tinha as pernas todas de
uma cor só. Vermelhas.
Próxima meta (2º cume) km 27 e km 37 mais 10km a subir em
direção ao Monte de Faro, estes km foram uma grande parte em alcatrão e
paralelo, desinteressantes. Só dá para fazer os km mais rápido e ganhar
altitude. Ah o Rocha ia se mantendo, por sorte não viu nenhuma placa a dizer
VALENÇA, eu ia dizendo que só faltavam 33km e uma subida.
No alto do Monte de Faro, o Aires dos Alien Team foi-nos
dando música da boa nos últimos metros da subida, nada que polua o ambiente.
Fizemos a descida juntos e o início da última subida do dia. Fui fazendo um
compasso de espera para reagrupar o grupo e o “Alien” desapareceu no seu disco
de duas rodas :).
O Rocha ia descobrindo músculos novos e assim estudava
anatomia no seu próprio corpo. No meio do monte é difícil descobrir tabuletas
com a palavra VALENÇA.
Próxima meta (3º cume) km 40 e km 45 mais 330m+ a subir em
direção ao ponto mais alto do percurso com +- 780m. Fomos subindo ao ritmo do
Rocha para ele não perder “peças” pelo caminho e nos cruzamentos íamos mantendo
o contacto visual para ver se vinha inteiro.
Foi uma subida “boa” de fazer, com a ascensão visual que
ganho de altitude te ia fornecendo. Ao longe conseguias ver o rasto dos pneus
recortados nos trilhos por onde há poucos minutos havias passado. Os olhos
percorrem sempre mais rápido e são sempre os primeiros a chegar. No caso do Rocha
o que chegou primeiro ao topo foi o espírito, os olhos só viam chão.
Faltavam 25km praticamente em descida e em descida rápida
presumia eu. O Rocha agora podia procurar a tabuleta a dizer VALENÇA que era
para ai que íamos. Seguindo o track :).
A primeira parte da descida um pouco técnica, com pedra
solta, ia alternando com estradão limpo para centrifugar os músculos ao Rocha.
A descida levou-nos a um verdadeiro oásis de nome Castelo das Furnas. Um monte
de penedos cercados por uma sebe e lá dentro mesas para se fazer uns
piqueniques. O que nesse momento acontecia. Aí foi sofrer a ver pessoal de
cerveja na mão a passear a bicha e fazer transpor o cabelo para fora do
capacete.
A segunda parte da descida, em calçada portuguesa com uma
paisagem de cortar a respiração bem como a média que fazias aproveitando a
pendente e foi descer até Boivão.
Mais uma lição de anatomia, o Rocha descobria mais uma bola
na zona pélvica, essa bola queria abandonar o corpo foi “boivão” ver a dança na
sarjeta a tentar coloca-la no sitio.
Depois de recuperar foi rolar na ciclovia até VALENÇA com
Tui na mira. Aí o Rocha estava como novo.
E fez o percurso todo sem cortes. Está em forma. Ou não!!! :)