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Na Serra da Arrábida foi colocado o marco NGPS, assim
estendeu em km percorridos de carro do meu quintal até Palmela como a maior
distância feita para andar de Bike.
Aquando a saída das etapas do NGPS, a de Palmela saltou-me
logo à vista, se o percurso fizesse km qb na Serra da Arrábida a minha presença
era quase garantida. Conhecendo eu a Serra de carro entre Sesimbra e Setúbal,
imaginando os trilhos coloridos com os olhos no mar, Troia, Setúbal, Lisboa e
Tejo. Tinha tudo para ser um belo dia de btt.
Saí de véspera para Lisboa para encurtar a viagem e
pernoitar em casa de uns amigos no centro, assim ficava a meia hora de Palmela.
A manhã em Lisboa estava ventosa e fria, o relógio marcava
7.10h não trazia mais nada a não ser o jersey, o corta -vento tinha ficado em
Famalicão, as indicações do IPMA eram… calor.
Às 7.50h já estava em frente ao secretariado a levantar o
dorsal, não havia muitas inscrições, cerca de 80 e a probabilidade de fazer o
percurso só eram grandes. Continuava vento e frio…
Arranquei, a visita guiada via GPS em Palmela levou-me a
percorrer a parte antiga da cidade, subindo até ao castelo passando pelo jardim
do mesmo. A vista era grandiosa e com alcance livre até onde os olhos
conseguiam delimitar o horizonte.
Uma longa reta fazia a entrada no trilho deixando 5km já
percorridos. Enquanto o sol ia acariciando as costas dando pequenos empurrões,
o vento de frente ia dificultando a progressão. Contemplando a paisagem pintada
com moinhos virados para a capital, a predominação de tons de sol espalhados na
tela iam acordando a minha sombra em cima da bike. O corpo, esse dizia que
tinha estado pouco tempo na cama. Ai que sono…
A excitação ia em crescendo e com o aquecimento muscular o frio foi
desaparecendo. Mais à frente passava por mim o primeiro colega NGPS, vai bem
depressa, deixa-o ir que não tens pernas para o acompanhar. Com subidas, ST e
descidas umas perto das outras íamos mantendo o contacto visual um do outro e
pelo 15ºkm juntamos o “nosso” esforço pedalando na companhia um do outro.
Uma das características deste desporto é tb teres a hipótese
conviver e presenciar vida selvagem no seu estado puro. Depois de te encheres
de adrenalina a descer uma zona técnica, deparaste com uma águia no trilho a
dar bicadas numa cobra segurando-a com as patas. Com a minha aproximação a
águia bate asas tentando levar a cobra nas patas deixando-a cair, esta com
algumas bicadas e com aspeto de quem levou uma grande tareia rastejou para onde
pôde. Foi das imagens mais impressionantes que vi até hoje em cima de uma bike.
Pena não ter conseguido filmar o início… :(
Paramos na Comenda para abastecer água e comer alguma coisa,
aí já se via um bom nº de colegas de NGPS, os percursos já estavam juntos e a
quantidade de Bttistas a abastecer já era assinalável. Eram 11h e 45km já
feitos, a organização já tinha avisado que a parte final ia ser mais dura e
para guardar reservas para o fim, o que eu fui fazendo.
Voltamos aos trilhos e logo em ST, ok, era plano mas sempre
tem curva contra curva, uma brincadeira ali, uma subida acolá, e para ajudar à
festa Bttistas em sentido contrário… e logo nos primeiros metros, um Bttista
vindo de frente assustando-nos mutuamente trava mais com o travão da frente e é
projetado pelo para-brisas da bike esbardalhando-se no chão. Foi um aviso para
ir sempre a berrar ST fora não vá haver mais alguns pelo caminho.
O calor em certos vales já era assinalável, e a brisa fresca
da manhã já se sentia falta. No ar o cheiro a madeira conhecida, não a
identifiquei logo, mas à frente fui-me apercebendo com o calor as pinhas iam
abrindo, deixando a fragância do pinhão no ar.
O sobe e desce continuava, com alguns ST e as tais curtas
subidas em agulha vistas no gráfico estava a senti-las agora. Com a falta de
vento e o calor a apertar já ia aparecendo alguma fadiga. Há que contrariar,
hidratar e comer mais, já faltavam poucos km.
Como o colega Luís era da zona, ia fazendo de guia turístico
e de guia de trilhos, já conhecia a maior parte por onde tínhamos passado.
Avisava-me que o próximo trilho tinha uma descida bem escavada de regos, o
melhor era pela direita para enfrentar a descida. Com a minha aproximação
deixou bem claro que toda a zona era de difícil execução e com poucas
probabilidades de ser uma descida “limpa”. O aumentar da velocidade vai descontrolando
a bike mas… “aterrando” bem na receção entrando de seguida num ST de sobreiros.
A sombra já era demasiado agradável para de seguida desaguar numa “planície
ascendente” onde a vegetação seca indúsia que os km já estavam a findar.
Umas centenas de metros à frente, encontramos um colega a
pedalar combalido depois de ter dado uma keda na zona da descida cheia de
regos. Perdeu o controlo da bike e foi cair num buraco no talude. Contando-nos
à posterior a dificuldade de sair do buraco tendo ficado 10/15 minutos a tentar
voltar ao trilho. Fizemos-lhe uma guarda pretoriana até ao fim, e que fim, em
pouco mais de 2km subimos 150m+, até perto da meta. O colega da keda começou
apanhar melhor sinal e já se sentia melhor.
Foi um percurso com tudo que o btt pode oferecer, mas uma
subida a um topo mais alto para melhor apreciar as vistas era o ideal, não sei
se era possível…
Um agradecimento ao Luís Raposeiro pela companhia.
https://www.youtube.com/watch?v=e3VyXmumWRE
https://www.youtube.com/watch?v=rpxkC8X6Gh4
Uau! Aconteceu de tudo!! Até chegar ao ponto de ter de improvisar uma buzina para as curvas mais apertadas! Hehehe... Um abraço
ResponderEliminarNelson Azevedo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarNão é preciso agradecer, foi um prazer acompanhar-te...Luís Raposeiro
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