sábado, 11 de maio de 2019

11 de Maio GO Corno do Bico

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80km com 2600+ de acumulado, era a ementa dos Amigos da Montanha para este passeio. Não havia muitas inscrições, não sei se por falta de divulgação ou pela pancada que poderia ser.
Do meu grupo ou conhecidos nem cheiro deles, fui só para não jurar em falso e ver o que estes trilhos e paisagem me diziam.
Usei o gps do carro (telm) para chegar ao secretariado, este mandava-me pela serra usando a 1ª e 2ª mudança sempre a subir, já pensava no acumulado, as paisagens fantásticas de tirar o fôlego ao meu clássico cansado. Não havendo mais nada para subir, continuava devagar, a contemplar a paisagem quando um pequeno corço atravessa à minha frente uns 5m, aos saltos em fuga. Tudo indicava que ia gostar do passeio.
Como vem sendo hábito, fui dos primeiros a chegar ao secretariado, só lá estavam dois colegas, a organização ainda não tinha chegado. Começo na preparação da bike e nas provisões alimentares para o empeno.


Quando levanto o dorsal, e o coloco na bike já preparado para arrancar, um som de avaria deixava-me de ouvidos em riste. Um som bastante estranho vem da roda traseira, desmonto, e como bom mecânico que sou… abro o capô, vejo o óleo, mãos na cinta, espreito para dentro com ar entendido, e… que c”#$%& faço? Vou embora ou aperto uns parafusos e desaperto outros. Lá tentei ver se era das pastilhas, dos bombitos, levantava a roda dando velocidade e esta praticamente abrandava e parava rapidamente. Desaperto o conjunto dos bombitos e centro ao disco, ficou um pouco melhor depois de ter mexido e 40 minutos depois lá arranquei. Quando travava a descer ficava tudo na mesma, e com o andar ia desaparecendo o barulho!...
Começava o passeio, em alcatrão ascendente com uma paisagem com um verde muito intenso, como se esta tivesse um filtro. Quando entrei nos trilhos, alguma dificuldade de navegação, fiquei um pouco incrédulo quando havia três opções de direção acertada de trilho. Depois de tentar uma primeira opção, errada, vejo que a certa era pouco limpa e clicável, pedalando em cima de um ribeiro. Sentia-me feliz pq o percurso tb ia ter a sua dificuldade técnica e não só física. Para começar estava bem bom. 😊
Enquanto estava armado em mecânico, ainda vi colegas a partir e outros a chegar. No início em alcatrão, passaram dois por mim. Pelo km 10 ouço o Carlos Baltazar a anunciar a sua chegada, conversamos um pouco sobre o percurso, tinha sido ele a idealizar, e ao qual ele me avisava para me guardar para a 2º parte, ia ser bem durinho em acumulado.
Poucos km à frente, nas eólicas, 3 colegas de Santo Tirso parados. Um deixou cair o GPS e este dividiu-se em dois, perdendo a parte mais importante. Ajudamos na procura, mas infrutífera e arrancamos. Eles ficaram mais algum tempo.
Ao chegar a Paredes de Coura, o Carlos aumenta o ritmo e vai tomar o pequeno-almoço, eu aproveito para atestar o pneu da frente para acabar o trabalho do furo que tinha tido uns km antes.


Dois colegas de Oliveira do Hospital estavam a pedalar no mesmo ritmo que eu, e de Paredes de Coura até aos 50km, fui na companhia deles. O Carlos depois do pequeno almoço fez-nos companhia em alguns km e depois tomou Red Bull e ganhou asas 😉.
Os km do meio não tiveram grande interesse, tanto em trilhos como em termos paisagísticos.
Com 50km, começava a trepadeira, os colegas de Oliveira iam desaparecendo curva a curva. Olhando para trás via outro colega a começar a subir, mas logo passava por mim. As inclinações estavam bem acentuadas e para ajudar, o vento tb queria dificultar a vida. O Sol não deixava esconder-te debaixo de alguma sombra, não existiam. Ao chegar ao miradouro com vista para a A3, olhava para os três colegas que iam à frente a trepar num estradão nu interminável. Mas está lá e é para se fazer, siga…
A semana passada no NGPS de Ponte de Lima já tinha feito parte da Serra da Labruja, os trilhos eram os mesmos ou passava muito perto, já não era novidade e estavam bem presentes, mas eram frescos e isso sabia muito bem.
Parei um pouco para arrefecer o motor e alimentar bem, não tinha ideia de descida nenhuma, só sentia o corpo a subir, tipo “sobe, sobe, balão sobe” e continuava up.
A água começava a faltar, os estradões gastaram muito aos cem. E antes de começar a subir para o Corno do Bico tinha de arranjar água. 1km antes de começar a subir atestei água num tanque e voltei a comer umas barras milagrosas para ajudar na subida.


No começo da subida ao Corno do Bico, mais uns berros, era o Miguel Martins, tinha sido inscrito com um nome menos usual por ele. E as barras energéticas tb não davam para o rimo dele, nem me lembro bem da subida, mas foi rápida ou doeu tanto que o meu cérebro escondeu da memória.
Depois foi sempre a descer, 9km. Chegamos ao topo com 75km, e acabamos com 85km e 2300+ de acumulado. A descida em estradão, pelo meio da paisagem protegida do Corno do Bico, uma descida simples e bonita, com árvores de grande porte e algumas janelas de altitude para as vizinhanças.
Quando chegamos ao fim tínhamos um lanche para retemperar o estômago e cortar o sabor das barras empacotadas…
O início prometeu bastante, e os trilhos ficaram-se pelo 1º terço do percurso, para depois só contabilizar a paisagem.


ps: fotos em parceria com Miguel Martins

sábado, 4 de maio de 2019

4 de Maio 2019 NGPS Ponte de Lima


Depois de ver o acumulado e km para o NGPS de Ponte de Lima, dava para tentar comer o sarrabulho na Cindinha antes da cozinha fechar. Mas hoje era dia de degustação da carne minhota e teríamos que optar.
Fomos dos primeiros a arrancar, PedroS e o Rocha (elétrico). Com Ponte de Lima ainda a acordar fazíamos os primeiros kms na margem do Rio Lima, passando pelo parque de Bertiandos com arrepios de frio, o sol quase que não consegue entrar na densa vegetação para sentir o calor da manhã.


Tinha-mos a esperança que as brasas pelo km 7 já tivessem com alguma gordura caída da carne suculenta (imaginava eu), já sentia um espaço na barriga.
No meio do campo, um acampamento, com vacas na pastorícia, e um pequeno e ténue tubo de fumo via-nos chegar. As pessoas que lá estavam abanavam ferozmente as mãos a chamarem-nos com medo que não entrássemos na festa da carne.
Alguns bttistas já tinham passado e não tinham parado, outros que vinham atrás de nós tb seguiram em frente, nós os dois provamos e comemos por eles. O Rocha (elétrico) não resistiu à pergunta se tb queríamos vinho, eu fui atrás, mas bebi menos (eu não estava em modo elétrico) e a carne deixou logo vincado que o sarrabulho ia ficar para outro dia.
Em direção à Serra de Arga/Santa Justa o Rocha (elétrico), ia dizendo: “que ia a falar sozinho, olhava para trás e já não me via, nem sequer estou a suar, hoje não estás a andar nada, se tu não viesses já tinha chegado ao topo, etc & tal…” e eu… que remédio… ia apreciando a paisagem… com a língua de fora.
Subida em estradão com boas vistas, quando chegamos ao topo, descer a pedalar bem prá média em estradão. Entramos no Bike Park de Ponte de Lima e ainda deu a ideia que o track seguisse por um dos diversos trilhos que íamos admirando de cima do estradão.
A roulotte esperava-nos com porco a rodar no espeto, ainda era cedo para comer, e não tínhamos fome. Paramos para conversar com o pessoal que lá estava e arrancamos.


Começava o serrote nas pernas, dos 25km aos 55km foi sempre a cortar nelas.
Se a média estava alta para o nosso costume, os estradões ajudaram bastante a comer kms, os verdadeiros trilhos e dificuldades começaram pelo km 40. O calor tb estava numa boa média.
O Rocha (elétrico) nas subidas desaparecia, deixando um rasto de pó, estava numa forma invejável. E eu a sentir as pernas mais pesadas, a paisagem atenuava as dores e a ver outros colegas no começo da subida ficava mais leve, eles ainda tinham de trepar até onde eu já tinha chegado.
Chegava ao ponto mais alto do percurso. O Rocha (elétrico) não estava lá, esperava que não tivesse escolhido o trilho errado. Parei, descansei enquanto via as vistas e carregava alguns alimentos para o estômago.
Com poucos metros de descida encontrava o Rocha à sombra com medo que a energia não desse para o final, a sorte dele é que levei baterias suplentes para a GoPro e para o GPS e o acumulado estava a ficar preenchido.
Uma boa descida em trialeira até desaguarmos no estradão que nos levava até à aldeia da Vacariça. Para depois voltar a subir, seria a última mas F”#$%... já estava a ficar todo mamado e o calor já me cozia os miolos. A imagem dessa subida era o som do suor a bater no quadro. E o Rocha (o elétrico) nem cheiro…


Quando cheguei ao reforço no topo de um miradouro, o Rocha (elétrico) descansadinho e satisfeito, já tinha provado os néctares dos deuses, água ardente com café, água ardente de ervas e água ardente velha. Tb provei, bebi e gostei bastante. Tb tinha comida, mas não me lembro o quê, e se comi 😉. 
Agora sim, 13km, sempre ou praticamente a descer, as baterias que emprestei ao Rocha (elétrico) já não precisava delas. Começamos bem com ST complicado e depois foi sempre a ganhar velocidade. As mãos, pulsos e antebraços levaram uma valente coça, o Rocha (elétrico) não tinha auxiliar acima dos 25km/h e aí eu carregava bem para ver se ele ao menos a descer transpirava.
A parte final do percurso passava nos Caminhos de Santiago em sentido contrário, e com alguns peregrinos nos trilhos a atenção era a dobrar. Com o cheiro a Ponte de Lima cada vez mais próximo, o Rocha (elétrico) já podia serrar punho a todo o gás 😁.
No fim à nossa espera estava um caldo verde com tora, mas já sabíamos qual o restaurante que servia uma carne semelhante, tomar banho e correr para lá (de carro, ficava perto da Carolina Herrera).