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NGPS desta vez foi nas asas do açor para o centro, Benfeita
era o pouso. Duas horas de viagem acompanhado pelo Miguel Martins…ui… vou ter
que dar mais ao canelo com a companhia dele.
Quatro dias antes estava só para a viagem até Benfeita, um
encontro de 1º grau na ciclovia com o Miguel enquanto nos cruzávamos no treino,
deu para saber que íamos os dois participar no NGPS, mais vale ir a conversar
do que a cantar a viagem toda só :). Ficou ali tudo marcado para a saída no
sábado de madrugada.
Chegamos a Benfeita pelas 7.30h, no levantamento de dorsal
encontro o Tó (de Tábua), o Miguel tb vai encontrando alguém, o relógio vai
andando e o arranque em cima da bike deu-se pelas 8.15h.
Já tinha estado na Fraga da Pena há uns 20 anos atrás numa
visita a Tábua, mais alguns anos passados noutra visita já de bike, fui
conhecendo alguns trilhos até conhecer esta maratona e participar desde 2011,
repetindo algumas vezes os trilhos ao longo dos anos.
A Serra do Açor, eu sabia que era por ali que morava, mas
nunca tinha batido à porta nem sequer entrado. Por isso a expetativa era grande
conhecendo bem os trilhos de Tábua, Benfeita ficava logo ao lado. Os 64km e
2000+ de acumulado, apresentados pela organização era um bom aperitivo para as
pernas, mais a informação de alguns ST pelo percurso fora YUPIIIIIIIII.
Começamos a pedalar e aumentei a resolução do GPS para 12m
tal era a quantidade cortes e cortinhos, desvios rabiscados por cima de uns
curtos muretes. Isto promete…se começa assim… vai ser bom e arrebentar depressa
D#$%&. Custou aquecer, ou melhor aquecimento à pressa com picadas curtas
mas bastante inclinadas, forçando atenção em alguns taludes acentuados pelo
desnível com algumas zonas técnicas espalhas pelos ST nestes primeiros 5/6km.
Uma figueira no trilho! Vamos ver se os figos são bons,
fomos provando os figos até onde os braços chegavam e confirmava-se, eram todos
saborosos. Mais à frente temos uvas, uma vindima simples, tirar um gaipo e
pedalar. Com esta companhia os trilhos ficam sempre mais limpos :), se está no
caminho… é para comer :).
No primeiro pico ficavam 20km para trás, descer até à aldeia
Pai das Donas (um nome bastante subjetivo) aí descobri que me esqueci de
colocar o dorsal. (Isto de dormir pouco…)
O terceiro pico, dos mais altos, ficava ao km 33, já na Serra do Açor em direção à aldeia Relva
Velha com placas repetidas no percurso de indicação Mata da Margaraça, Piodão e
outras tais, dava noção ao Miguel que andávamos sempre à roda. Eu não sentia
isso mas sentia bem as pernas, mas a companhia dos carvalhos, pinheiros,
castanheiros, etc e tal faziam esquecer que estava a subir. Não vi eucaliptos
ou não saltaram à vista, o que é sempre bom já que na minha “aldeia” é a base.
A aldeia da Relva Velha tinha uma espetacular janela, uma
vista, um miradouro ou simplesmente um banco sobre a Mata da Margaraça. Dá para
estar lá algum tempo só para observar.
Chegávamos ao topo do percurso 40km já feitos, e pelo
gráfico eram quase 10km sempre a descer o que é bom no comer km.
Começamos por descer em direção a aldeia Moura da Serra,
atravessando-a para a bike entrar em mais um ST e apreciar o relevo do terreno,
com descidas e subidas “ascendentes” enganando as pernas. Mais à frente uma descida
em tipo corta fogo bastante acentuada sem piada nenhuma, só para ganhar
velocidade e vencer rapidamente a altitude ganha. (no final ao falar com a
organização disseram que andaram a desflorestar aquela zona e não dava para
melhor :)
A alegria voltou depois de quase ter feito um birra com a
descida enorme em estradão, uma porta para another ST mesmo encostado a
Benfeita, com 50km comidos. Este descia, subia, era dura como o xisto que
calcávamos, e a noção que tinha era descer 150m para subir 300m. Já começava a
sentir o homem da marreta. Os ST quando estou perto de rebentarrrrrrrrrrr ainda
dão gozo mas tb dor de pernas.
A zona mais técnica do percurso estava no km 52, passar
entre casas, descendo escadas assimétricas num carreiro estreito, com algumas
receções fora do trilho com keda a 1.5/2m de altura, como ainda tenho os dentes
originais e cu, desci da bike em algumas zonas. No final para acabar uma
valente picada, só esperava que a roda traseira resvalasse para ter desculpa
para ir ao lado da bike a fazer DH, ou peregrinação, ufa! ufa! ufa!
Mais um ponto turístico a visitar ou rever, Fraga da Pena.
Eu e o Miguel tínhamos calções no camelbak para o banho, mas à hora que
chegámos com o tempo ventoso, frio e a pouca água na cascata, fez abortar a
ideia. Nas mesas fizemos um piquenique com o que levamos para comer e
retemperar as forças. Mas o voltar a montar na bike já me doía… a consciência…
Subir até à aldeia de Pardieiros e continuar a subir até
Sardal e mais uns ST fantásticos descendentes ou nem por isso, inseridos numa
paisagem e relevo assinaláveis onde os travões e o abdominais trabalhavam em
sintonia nas curvas. A força muscular estava a desaparecer para ficar só a
mecânica, o ultimo ST em descida serpenteado com curvas em graus acentuados que
derreteram os meus abdominais todos ficando as ultimas curvas feitas à mão,
respirando para pegar na bike. Para finalizar e ver se os bttistas estavam em
boa forma, uma passagem estreita encostados ao muro do lado direito, e uma
possível keda do lado esquerdo que ia alternado a altura conforme te apetecesse
ou acontecesse a tal keda. O oxigénio já não era muito e estava todo F”#$%.
Mesmo ao acabar encontramos pessoal de Famalicão, os Floresta BTT, e ainda
houve força para pegar na bike e ir visitar a torre da paz.
O percurso foi muito bom com paisagens e flora de encher o
olho e as diversas aldeias que visitamos ou passamos ao lado, tipo rosa dos
ventos, deram-nos as perspetivas diferentes das mesmas. Numa zona serrana, ver
as aldeias colocadas no meio do verde dá uma sensação de paz, não sei se foi
por isso que Benfeita tem uma torre de homenagem à paz, mas faz sentido. A
quantidade de ST de qualidade e alguns técnicos deixa sempre vontade de ir para
trás para os refazer. Uma das caraterísticas deste trilho foi fazer muitos km
em encostas dos diversos vales que passamos deixando a vista ao longe poisar.
Muito bom!
E a quantidade de estrangeiros que ali se vão encontrando….
Foi muito bom tirando o estradão que falei, mas já foi
explicado.
De salientar que deu diversos acumulados que iam de 2000+ a
2700+, a mim deu 2700+ o meu STRAVA tb sentiu as minhas pernas…
Excelente relato. Parabens Pedro, além de um puro "bttista" és um excelente cronista.
ResponderEliminarAbraço
obrigado Sidónio
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