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Voltamos ao topo do Minho para ver as novidades que os
Amigos da Montanha encontraram lá para os lados de Valença.
Rocha e PedroS encontraram-se com o Mário para participar
neste evento. Digo já que o tempo estava ótimo para pedalar e o Rocha desta vez
não ia ter desculpa para escapar de fazer o percurso todo.
Ao longo da ciclovia ao lado do Rio Minho fazíamos o
aquecimento em direção sul, uns bons 6km ficavam para trás. Assim já podíamos
preparar bem os músculos para começar a trepar.
Do km 15 ao km 25 era a nossa primeira meta, a primeira
subida, a fazer lembrar os Cumes que os Amigos da Montanha organizam, faltando
mais dois cumes de superação. O tipo de piso ia decidir o empeno. Com subida
técnica e diversos tipos de piso desde calçada, a calçada desfeita e esburacada,
regos, raizeiros e peregrinos em catadupa a descer no caminho português para
Santiago de Compostela. Já se via alguns bttistas a arrastar a bike e o Rocha
já ia avisando que se fosse sempre assim que procurava a tabuleta VALENÇA, eu
ia indicando os km que faltavam para o fim.
Uma boa subida tem que ter uma boa descida para o esforço
ser compensado, e serpenteando monte abaixo tivemos o nosso prémio. A descida
apaga o esforço da subida, na descida há certos pontos no cérebro que vão
desligados e as picadas do mato nas pernas não se sente até começares a subir,
ai sentes uma leve comichão e só depois é que o interruptor liga o sinal de dor
de diversas picadas em poucos minutos. Entre as minhas pernas e as do Rocha, é
ver as que tinham mais pontos vermelhos. Ganhei eu pq tinha as pernas todas de
uma cor só. Vermelhas.
Próxima meta (2º cume) km 27 e km 37 mais 10km a subir em
direção ao Monte de Faro, estes km foram uma grande parte em alcatrão e
paralelo, desinteressantes. Só dá para fazer os km mais rápido e ganhar
altitude. Ah o Rocha ia se mantendo, por sorte não viu nenhuma placa a dizer
VALENÇA, eu ia dizendo que só faltavam 33km e uma subida.
No alto do Monte de Faro, o Aires dos Alien Team foi-nos
dando música da boa nos últimos metros da subida, nada que polua o ambiente.
Fizemos a descida juntos e o início da última subida do dia. Fui fazendo um
compasso de espera para reagrupar o grupo e o “Alien” desapareceu no seu disco
de duas rodas :).
O Rocha ia descobrindo músculos novos e assim estudava
anatomia no seu próprio corpo. No meio do monte é difícil descobrir tabuletas
com a palavra VALENÇA.
Próxima meta (3º cume) km 40 e km 45 mais 330m+ a subir em
direção ao ponto mais alto do percurso com +- 780m. Fomos subindo ao ritmo do
Rocha para ele não perder “peças” pelo caminho e nos cruzamentos íamos mantendo
o contacto visual para ver se vinha inteiro.
Foi uma subida “boa” de fazer, com a ascensão visual que
ganho de altitude te ia fornecendo. Ao longe conseguias ver o rasto dos pneus
recortados nos trilhos por onde há poucos minutos havias passado. Os olhos
percorrem sempre mais rápido e são sempre os primeiros a chegar. No caso do Rocha
o que chegou primeiro ao topo foi o espírito, os olhos só viam chão.
Faltavam 25km praticamente em descida e em descida rápida
presumia eu. O Rocha agora podia procurar a tabuleta a dizer VALENÇA que era
para ai que íamos. Seguindo o track :).
A primeira parte da descida um pouco técnica, com pedra
solta, ia alternando com estradão limpo para centrifugar os músculos ao Rocha.
A descida levou-nos a um verdadeiro oásis de nome Castelo das Furnas. Um monte
de penedos cercados por uma sebe e lá dentro mesas para se fazer uns
piqueniques. O que nesse momento acontecia. Aí foi sofrer a ver pessoal de
cerveja na mão a passear a bicha e fazer transpor o cabelo para fora do
capacete.
A segunda parte da descida, em calçada portuguesa com uma
paisagem de cortar a respiração bem como a média que fazias aproveitando a
pendente e foi descer até Boivão.
Mais uma lição de anatomia, o Rocha descobria mais uma bola
na zona pélvica, essa bola queria abandonar o corpo foi “boivão” ver a dança na
sarjeta a tentar coloca-la no sitio.
Depois de recuperar foi rolar na ciclovia até VALENÇA com
Tui na mira. Aí o Rocha estava como novo.
E fez o percurso todo sem cortes. Está em forma. Ou não!!! :)
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