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Por dificuldade de agenda não participei na etapa do ano
passada, mas fiquei à espera da de 2016, e nem que houvesse um dilúvio não ia
deixar de participar. Ah! Ah! Ah!
Os Kedas Rocha, PedroS e Nelson mais o amigo Miguel dormiram
rápido ou acordaram cedo para se fazer à estrada em direcção a Macedo de
Cavaleiros. O relógio marcava 7.20h quando chegamos ao secretariado para
levantamento dos dorsais.
Fazer os preparativos para o arranque com a meia hora da
praxe de atraso. Como os treinos para o meu lado estão parados e estagnados…
decidimos previamente que só íamos fazer os 70km e o Miguel ia para os 95km.
Ficávamos à espera que ele nos ultrapassa-se nos últimos kms.
A chuva já tinha feito das suas, levou uma ponte de madeira
feita propositadamente para o dia, cortou o percurso em 16km, e assim tivemos
que utilizar uma das fugas cedidas pela organização e calcar mais alcatrão.
Tiramos a foto da praxe e arrancamos, o Miguel desviou logo
para os 95km e os restantes para 70km.
Nos primeiros km já dava para sentir como seria duro o
percurso. Os trilhos estavam carregados de água e lama.
O ponto turístico da zona era Albufeira do Azibo, albufeira
= a água, muita água e a nossa aproximação à mesma a descer, e ao ver o espelho
de água a aproximar-se, encontramos cinco colegas com um problema que passou a
ser nosso tb.
Como atravessar uma enxurrada com cerca de 30m? A solução
chegou por outro colega que chegou a seguir, com pernas até ao cu (1,85m) lá
atravessou. Nós tínhamos duas opções, voltar atrás ou usar as nossas pernas,
que tb vão até ao cu e atravessar. Assim fizemos, atravessamos. Já não
estávamos secos e, agora tb não.
A volta à Albufeira do Azibo (não conhecia) foi bem bonita.
O tempo como estava tb tinha a sua beleza, uma beleza húmida e o reflexo das
nuvens mostravam a sua silhueta no espelho da albufeira, algumas luzernas de
luz focavam a vegetação e os charcos.
Chegava ao fim a visita à Albufeira do Azibo e fomos
brindados por uma mesada que tinha de tudo, só faltava a noiva, não a deixaram
entrar, estava toda suja e deitada no chão à espera que degustássemos aquelas
iguarias todas, mas que banquete… só de pensar até fico com água na boca.
A chuva continuava forte, e nós num sobrado em montanha
russa de sobe e desce com alguns avistamentos da Albufeira do Azibo, o passeio
estava bem distribuído, e a paisagem estava deslumbrante, faltava o sol para
ela poder brilhar.
Pelo km 30 depois de fazer uma subida chata e mais que chata
com o piso em aglomerado de barro molhado, encharcado, com regos, e mais regos
durante uns 6km, sempre a carregar na avozinha e olhar para trás para ter a
certeza que não vinha a rebocar ninguém deixava-me a decência pensar que no fim
era a descer, mas para descer tb tens de pedalar!??? D”#$% só mais à frente é
que a bike começou a ganhar velocidade e largou aquela terra barrenta, uma
descida bem interessante na condução da bike monte abaixo.
Continuávamos a pedalar uma grande parte em cima de água, e
numa curva não se contava com a profundidade e enfaixamo-nos os três, mas só o Nelson
saiu pelo para-brisas da frente da bike, caindo com as mãos no chão, fazendo
logo flexões, como num filme serie B dos anos 80, onde o artista treina à chuva
numa poça de “transpiração”.
O granizo tb deu a sua graça e descarga, mas voltávamos a
estar focados na próxima tenda gastronómica que devia estar próxima, e o Miguel
tb.
No ar já se ouvia o cheiro do reforço, e quando chegamos
fomos informados que o passeio terminava ali, não havia mais terra a ser
calcada. Mais uma vez a chuva obrigou a outro corte, agora era pedalar por
estrada até Macedo.
Agora com mais tempo, comer praticamente de faca e garfo e
corpo com direito a vinho. O relógio ainda à espera do Miguel e por isso mesmo
restava-nos petiscar e saborear cada iguaria.
Na retina do palato ficaram as azeitonas, símbolo máximo de
Trás-os- Montes, tão cedo não me vou esquecer desse sabor. Os trilhos foram
bons, pena foram os meses de chuva ou anos, já não consigo precisar.
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