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Depois do ano transato estes trilhos nos ter deixado boa
impressão, Nagy e PedroS voltaram aos trilhos da juventude.
Arrancamos cedo, e logo nos primeiros metros de trilho fomos
brindados com um cartaz a dar-nos os bons dias, colocado pela organização.
O
primeiro momento zen em cima da bike coincidiu com a primeira descida, ainda
não estava quente e a organização já provocava espasmos ao corpo. No fim da
descida a espera pelo Nagy já era longa e fui avisado por outros colegas que
vinham a descer que ele tinha furado. Dasse o dia tinha começado bem, com
dificuldade para encontrar o secretariado e agora um furo em tubeless… ter de
subir isto tudo, e lembro-me bem o quanto era inclinado. Pronto lá vai o SOS.
Quando cheguei lá cima (estourado) o Nagy já tinha o pneu fora e estava a
começar a tirar picos no pneu. Já não furava há muito tempo e em cada cm2 havia
um pico. Mais de meia hora para tirar os picos todos… haja paciência e o dia
está a começar…
Mais um cartaz a informar o nome do trilho, “Trilho Parte
Raios”, um nome sugestivo para a quantidade de pedra, tanto a subir como a
descer. PedroS ao tentar trepar uma das lages graníticas dá uma joelhada na
manete da mudança partindo o apoio. Ficava assim sem poder mexer no desviador
do pedaleiro.
Na cabeça já estava destinado desistir, e vem a frase
icónica “prá mim o monte acabou”. O Nagy como um ancião sábio diz –“ calma… eu
tenho youtube” pensava eu que não adiantava nada, começou a mexer e segurando a
mudança dava para o desviador trabalhar, mas não era sistema, sempre que
precisasse de alterar a mudança tinha de parar.
Enquanto descia já pensava em voltar para o carro e
ainda só tinha feito 8km, mas… vamos persistir e arranjar mais um desenrasque.
Com abraçadeiras e fita isoladora, lá ficou um pouco melhor. A desmultiplicação
não exercia muita força, mas a subir a mudança o esforço era maior e a ajuda da
outra mão era imprescindível. Pedalar e usar o menor nº de vezes possível para
não arrebentar tudo.
Os trilhos estavam interessantes e tentava abstrair-me do
azar e usar as pernas como mudança.
Um sofá no meio do trilho, simplesmente arte, o enquadramento, cor, o ambiente (sim
esquece a mudança) os bettistas com duas perspetiva do sofá, passando por tás e
subir gradualmente até o presenciarmos pela frente, olhar para ele ou
simplesmente sentar para ver quem passa.
O
trilho continuava a surpreender em paisagem e kedas. Como o sol não conseguia
penetrar na vegetação e eliminar o verdete das pedras, as escorregadelas para o
chão eram em catadupa. Uma ponte a embelezar uma travessia de um rio que não
dava para apreciar, não vá tomar banho ao mesmo tal a disposição da técnica
ponte.
Tivemos direito a uma Fun Zone, os trampolineiros a tocar e
um quarto montado com cama e roupa lavada, tapetes, mesinha de cabeceira e uma
verdadeira janela com uma vista do tamanho do mundo.
Com 25km decorridos foi subir até aos 850m de altitude
e alcançar o topo nos 42km, pelo gráfico a partir desses km era praticamente a
descer.
YUPI… descer… cá vai… e um trilho rápido para dar sabor à
média, com algumas zonas bem inclinadas, outras onde podias levantar voo, foi
curtir até chegar à estrada.
Já nem me lembrava dos azares para trás. Ganhar ar e 100m
depois voltar a entrar em trilhos a descer bem, estava mesmo a curtir até ouvir
o Nagy a dizer que tinha perdido o tlm. Dasseeeeeeee mais uma P”#$ de uma F&%$#”. Só espero que tenha sido
perto se não estamos F”#$S.
A cada colega que passava perguntávamos se tinha encontrado
um tlm, cortando a curtição da descida a quem vinha em sentido contrario. Eu e
o Nagy íamos ligando alternadamente para ver se alguém atendia, mas nada, o tlm
devia a estar a contar quantos bttistas passavam. Ao perguntar a um colega este
respondeu que até achou estranho ouvir o som de um tlm no monte sem ver alguém
por perto, mas como era a descer podia ser o vento. E pelas indicações ainda
tínhamos de arrastar a bike durante alguns km e tentar não levar com nenhuma
bike em cima, era sempre um suponhamos encontrar o bicho.
Com estas modernices de tlm não haveria maneira de encontrar
o animal perdido? Parece que tinha de ter o mesmo software o que no nosso caso
era afirmativo. Lá pusemos o meu bicho a farejar e indicava que o animal
perdido estava a +600m para cimaaaaaaaaaaaa, já fartos de arrastar a bike e
pensar no atraso que já levávamos, começava a marreta a massacrar o cérebro.
Arrastar a bike monte a cima e pensar que ainda há pouco tinha passado ali a
uma velocidade totalmente diferente… mais uma olhadela ao bicho e avisava que
estávamos perto, 300m e mais 15 minutos e mais uns 10 minutos e o bicho dizia
que estava na área, porreiro… agora é só farejar e esperar que tanto esforço o bicho
não esteja morto.
(1.01 minutos do vídeo) Estava o animal em cima dum tufo de
erva fresca como se estivesse a pastar, com uma vista privilegiada em cima de
uma curva com vista para o trilho e para a descida que tanto custou a subir.
Mas estava intacto, o que ajudou a amaciar a consciência.
Aproveitamos para comer e apreciar a paisagem e ver
quem passava, íamos voltar a curtir as descidas.
O entusiasmo a descer já não era o mesmo, com mais uma
descida rápida os índices de boa disposição vão voltando aos poucos.
Já perto do final km 52 uma ascensão que deixou muita gente
morta ao lado da bike monte acima com bttistas dos 45km já completamente
zambis. No fim da subida um cemitério e fez-se luz, 1km com um ganho de
elevação de 130m+ e com pendentes nos 30% deixou muita gente entalada.
Agora sim, era praticamente a descer até ao fim e fazer km
rápidos. Uma boa descida para adrenalina entrar mas logo estagnar atrás de um
trator descida abaixo. Sem alternativa possível de ultrapassagem. Depois foi
rolar ao longo do Rio Tâmega até chegar a Amarante
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