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Serra Amarela, a minha genius ainda não tinha conhecido esta
serra e eu já há alguns anos que não passava por lá. Em conversa com o Faria ao
longo destes últimos meses, ficamos com intenção de este ano colocar um marco
nesta bela serra. O track que arranjamos precisava de melhorias, cortar
alcatrão a mais e passar pelo ST da Ermida e Germil (calçada).
Com pedidos de track a colegas de btt, o Miguel Martins
arranjou a cereja para o nosso bolo, mas tb o quis comer. Escolhemos o dia 8 de
Outubro para a investida.
Saímos de Famalicão pelas 7.00h (ou tentámos) Abílio, Nagy,
Pedro Faria, Rocha e PedroS, apanhávamos o Mário em Braga, e o Miguel saía mais
tarde para nos apanhar pelo caminho.
A viagem estava a correr bem até o Nagy se lembrar de ir
conhecer Arcos de Valdevez em vez de ir para Entre Ambos os Rios. O Miguel que
saiu mais tarde, chegou mais cedo ao ponto de encontro.
Arrancamos os sete logo a saber o que nos brindava o
dia, subidas, subidas técnicas, calçadas e paisagens com muita montanha.
No Lindoso com uma vista fabulosa aproveitamos para vindimar
uvas americanas, e assim fazer a visita da praxe ao recinto do castelo guardado
por um nº considerável de espigueiros, que nos incentivavam a marchar em cima
da bike até ao topo da Serra Amarela.
Arrancava-mos a 450m de altitude para chegar aos 1350m com
um ganho de elevação de 900m+ em 13,5km. Subida feita com vista para a barragem
do Lindoso sempre em crescendo, deixando os olhos carregados de beleza. Assim a
subida em estradão não cansou muito, a não ser o último km com um ganho de
elevação de 150m+, o chamado MURO, e que belo muro.
Do alto da Louriça a paisagem era deslumbrante, estávamos no
topo SE onde só a vista é que cortava a linha do horizonte, deixando uma
imensidão de terreno navegar na imaginação em cima da bike. Ao visualizar o
vale de acesso aos Carris, veio à lembrança a caminhada deste ano, e ainda
deixou a nostalgia do banho na lagoa… tb foi um belo passeio em caminhada.
A descida do Muro/Louriça durante 11 minutos deu para
perceber a altitude em que estávamos, o tempo que demoramos a descer/subir,
aproveitando para ver a paisagem em sentido inverso ao que tínhamos feito a
subir.
Antes
de chegar à Ermida ainda deu para aquecer num trilho verdadeiramente nosso,
como o assumimos. Pedras, regos, calçada, água, vegetação, paisagem e outras
bikes, assim fomos percorrendo o trilho ao som do gosto que temos para o
trilhar, foi uma excelente entrada para o que aí vinha, e sempre dá ânimo…
Ganhávamos ar para chegar a aldeia da Ermida e ver o que O
ST trilho/calçada/geira nos ia proporcionar. Na aldeia parámos para encher a
mula e confraternizar com os nativos. Apalpar o físico de cada um para ver como
estavam para os restantes km.
Direcção geira da Ermida, aqui vamos nós. Começamos a
descer e deparamo-nos com um vale sobre um rio. Aqui ou ali, ou curva acolá,
parávamos a apreciar a paisagem. A descida era dura, acentuada, exigente e
algumas zonas perigosas, com curvas a fazer praticamente os 360º e inclinações
com o rabo a tocar na roda traseira. Mas tudo era deslumbrante. A chegada ao
fim do ST acabava numa ponte onde todos viemos desaguar, uns mais felizes do
que outros. O Velho Ansião acompanhado de dois cães descansa à sombra de uma
árvore, conta-nos estórias do dia e como o casal que passou por nós na descida
ia a sofrer para fazer a subida. São contingências da vida.
O Abílio e o Rocha estavam satisfeitos e pelo km 50
atalharam para o carro. Os outros ainda tinham mais umas contas ajustar com a
outra calçada de Germil.
Apontamos as bikes em direção a Germil e ligamos o
turbo. Não se sabe bem porquê mas tive a noção que ao apanharmos o alcatrão o
pessoal pensou em o derreter em cima da bike. Depois da coça que já tínhamos
levado… a subida até Germil durante 6km… com o calor a degastar-nos foi a
pancada final. Mas para ajudar, em cinco só um é que ficou com o track, os
restantes gps tb ficaram todos rotos. Deu para ver e descansar no fojo do lobo
de Germil enquanto tirava a foto.
Tentar
comer alguma coisa já era um sacrifício, não apetecia nada com sabor doce ou
com formato de barras. Fino foi o Miguel Martins que leva sempre comida do lume
na marmita, e sobremesa, fiquei com os olhos em bico… pudim abade de priscos.
Sim era doce…
Começamos a descida com tapete verde a forrar os lados das
pedras da calçada numa zona arborizada onde a água fazia o seu trilho, para
logo se transformar nas descidas mais lentas que fizemos até à data. Os braços
já não aguentavam as ritmadas pancadas que o trilho nos ia fustigando. A
descida foi feita sempre a nos podermos ver sem nos afastar, visto a complexidade
do trilho e a sua morfologia, e claro um gps para cinco.
O Miguel escolheu o dia para levar uma “RC 26” para testar,
e testou uma saída pelo pára-brisas da bike, ao levantar-se desanimado dizia
que já era a quarta vez. Dassse P“#$% e
as zonas eram sempre boas para cair, sempre com muita pedra à volta.
Este
trilho até tinha zonas cicláveis e outras zonas mais cicláveis e ainda outras
zonas bastante cicláveis. Mas havia zonas que conseguias descer sem partir os
dentes caso os deixasses em casa na mesinha de cabeceira. Mas… era a descer… e
a subir para Germil ia o dobro mais
rápido.
Agora parecia que ia ter cãibras nos peitos, ou então sentia
as mamas a baterem-me nos olhos tal era a trepidação, ou já confundia o suor a
escorrer por dentro dos olhos. A calçada mais uniforme apareceu para o fim mas
o fim tinha começado no início.
Acabando esta geira era regressar ao carro, ficamos todos
batidos e centrifugados muscularmente falando, no fundo, F”#$%&.
No final um desaguisado de pessoas do mesmo sexo bttista, o
cansaço e a falta de açúcar deu azo a discussão por… (º) mas no final a paz e
empeno anunciado foi convertido num belo naco de carne acompanhado de um arroz
de feijão. Paz à alma da vaca.
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