clica na foto para aceder à galeria |
Desde o meio de abril que não saía para as grandes voltas de btt fora do meu jardim. As costas tem obrigado a deixar a bike de lado😞.
Falei com o Faria para arranjar um track escape para matar o
vicio, para a mesa lancei os 80km com os 2000+ para sentir como as costas se
iam aguentar.
Saiu na rifa Ribeira de Pena, como ponto de partida. O Track
chamava-se Beça e Tâmega… sugestivo. Água havia de certeza.
Perguntei quantos anos devia ter o track, ele respondeu uns
5 anos. A ver vamos se não vamos ter surpresas.
O track levava-nos em direção ao rio, tipo travessia sem
água ou pouca água, ou uma pequena ponte a seguir a um braço de terra. Não, não
havia ponte nem barco, havia uma barragem, havia pontes novas, estradas com
alcatrão a espelhar de novo. Começava a desconfiar que o track era muito mais
antigo.
A travessia foi feita pela ponte mais perto, a opção a nado
foi descartada. Apanhamos o track do outro lado do rio e seguimos com algumas
subidas interessantes. Os medronheiros com pintas vermelhas chamavam por nós,
escolhíamos os mais escurinhos que estavam mais saborosos.
20km feitos mais um problema a resolver, pedalávamos num
estradão e o track ia virando à esquerda, não encontrávamos o trilho numa
vegetação já densa. A vegetação já tinha comido o trilho. Fizemos uma procura
de alternativa no GPS e não havia aparentemente uma solução mais fácil, optámos
por fazer parte da vegetação e trilhar um trilho a descer muito apertadinho
entre vegetação que já nos cobria.
Quando ficou mais fácil a locomoção entre a vegetação o rio Beça precisava de ser transporto, uma ponte suspensa por cabos de aço com os tabuleiros da ponte em madeira, tinha sido atacado por um incêndio há anos, tudo o que era de metal estava muito enferrujado/podre, uma tentativa de passar por cima estava fora de questão.
Um dos três tinha de descer e ver se se conseguia atravessar
o rio em algum lado. A sorte saiu ao Faria. Desceu por uma ravina abaixo e foi
desaparecendo.
Como não sabíamos a profundidade do rio e se este tinha corrente e o Faria não sabia nadar YOU, os nossos ouvidos é que iam saber se o rio era atravessável ou não.
Se ouvíssemos um splash sem berros era sinal que o rio era fundo, se ouvíssemos um splash e berros a desaparecer a ficarem cada vez mais baixos, era sinal que o rio tinha corrente forte. Se ouvíssemos o Faria a dizer que friaaaa, era possível a travessia. Aiiii que friaaaaa…
Tiramos as botas e pés a caminho água adentro. Água até ao
joelho, escolhemos a travessia por cima de umas pedras que estavam mais à
superfície.
Aquecemos logo ao sair do buraco que nos tínhamos metido.
Onde há rios há sempre subidas e descidas a pique.
O Castro do Outeiro do Lesenho ficava a meio do percurso e o ponto mais alto tb. Em 2017 já tínhamos estado cá em cima, mas com um tempo merdoso que não dava para ver nada.
Desta vez podemos apreciar a paisagem à vontade.
O percurso e tipo de trilho era dos que rende, não dava para
ganhar grande velocidade, nos estradões de pinheiral já dava para subir um
pouco a média, mas logo entravamos em curvas e ganchos apertados.
Aos 50km já tínhamos mais de 2/3 do acumulado feito, era
praticamente a descer, mas a descer lentamente, a render…
Quando chegamos ao Tâmega atravessamos a mesma ponte da
manhã e foi sempre a subir até ao carro. 4km nojentos de alcatrão que até
tiraram a fome ao Faria, que só comeu um pires de moelas que deu até ao dia
seguinte.
Foram 82km com 2200+
Sem comentários:
Enviar um comentário