sábado, 20 de fevereiro de 2016

20-2-2016 Montalegre

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Com dois tracks a sair de Montalegre, um direcionado para a Serra do Larouco e outro para Pitões das Júnias. Abílio, Nagy, Pedro Faria e PedroS escolheram o de Pitões.
Do castelo de Montalegre via-se ao longe as montanhas cobertas de neve, não sabíamos se íamos apanhar ou calcar alguma neve, arrancamos pelas 9.00h.
Um aquecimento de uns km para logo começar a trepar. As primeiras imagens de alguma neve apareceram nas bermas mais escondidas do sol. Estava um dia solarengo e o vento não chateava, nem a subida estava a massacrar. Mas o corpo ainda não estava formatado para o tipo de relevo montanhoso e o coração já disparava para valores máximos.
Com o avistamento de maior cobertura de m2 de neve, fizemos logo uma festa à neve e colocamo-la como estrela de cinema, pela quantidade de fotos que tiramos.


Mais à frente, continuando a subir, já não se conseguia pedalar em cima da bike, tal era a quantidade de neve, pneus com picos e correntes ficaram nos países nórdicos. Sim… ainda estávamos felizes com a neve.



Já estávamos a entrar em território espanhol, e a investida em Espanha foi a descer com os trilhos carregados de neve. Agora era experimentar como a bike reagia e pedalar um pouco às escuras, não se conseguia perceber onde estávamos a enfiar as rodas. A adrenalina estava a aumentar e a bike só quando fazia uma curva é que começava a enlouquecer derrapando como lhe dava na telha.



Voltávamos a entrar em Portugal mais propriamente em Tourém, a neve ficava para trás. Aproveitamos algum do tempo para visitar a aldeia e entrar no forno do povo, o que provocou o alarme da corneta do “almoço”. Comemos o que levamos nos bolsos, numa praça da aldeia sentados a deixar o sol acariciar-nos o corpo. Nagy está mais atento ao que o rodeia e foi fazer uma expedição sozinho para ver se encontrava uma cadela “marrom”.
Atravessamos Tourém e fizemos uma boa parte da margem do espelho do Rio Salas. Com cerca de 30km já percorridos, e em direção a Pitões das Júnias para fazer mais 10km e somar mais 450m+ de acumulado, com… mais… neve… já começava a ver tudo branco, já estávamos a ficar com neve pelas orelhas, mas o que doía eram os músculos das pernas que ainda não tinham tido descanso. Para descer também era preciso pedalar, e mesmo rolar sempre com mudanças baixas para poder prosseguir no terreno.
Os nossos trenós de rodas aterravam em Pitões das Júnias, com os telhados a espremer os lençóis brancos que transformavam a aldeia num dia chuvoso com o céu azul e o sol em todo o seu esplendor. Fizemos a visita da praxe à Aldeia e esculpimos alguns postais.
De saída de Pitões fomos fazer duas visitas: o mosteiro de Sta Maria de Júnias implantado perto de uma ribeira guardado por um carvalho com alguns séculos,


uma chegada bastante generosa em calçada romana já demasiada usada pela erosão. Uma descida com todos os termos de adrenalina e beleza. Visitamos o mosteiro e a sua envolvência encantadora, as cores outonais já velhas mas reluzentes provocadas pelos séculos de exposição envergonhada aos poucos olhos de visita anual. O som do ribeiro refletindo o sol, o verde vivo da relva, os castanhos e os cinzentos da vegetação, céu azul e o sol a convidar-te para te esticares e ficares ali até tu próprio te transformares num século. Naaaaa… ainda tenho de ir visitar a cascata, e para sair deste buraco subir uns 50m+ com a bike às costas.


E foi duro muito duro, a descida deu mais prazer.



O Abílio já conhecia a cascata de Pitões e a dureza da subida e não quis ir. Os restantes sem saberem muito bem o que os esperava começaram a descer em paralelo, depois passou para terra/pedras/lajes, e a seguir para rampas em madeira com escadas e escadórios, demasiadas escadas… optamos por ir em cima da bike ao lado da estrutura de madeira até à cascata de Pitões.


Bonito, muito bonito, com uma vista para PNPG fantástica. Dava vontade de colocar as espias e ver o sol desaparecer, para lhe dar as boas vindas no dia seguinte. Esta beleza não deixava de lembrar que tínhamos outra vez de subir com a bike às costas “literalmente”, descer escadas ainda dá em cima da bike agora… subir… 150m+ dasse, F”#$%&. “- vamos ver a cascata”, “- vamos ver a cascata”, “- vamos ver a cascata”, agora sobe e arrasta-te escadas acima, o Abílio tinha rasão. É bonito, mas… depois é a subir… e chegamos perto do Abílio todos rotos.

 

Com 45km deixávamos Pitões para trás, e também uma grande parte da energia ficou nas duas últimas visitas. Os próximos 7km com 200m+ foram de uma dureza não prevista. Caminhos com muita lama, neve, vegetação com uns 30cm e sempre a rolar ou tentar, não se via o trilho e navegavas mais ou menos por ali, eramos quatro e cada um escolhia um caminho diferente, sinal de desespero. NEVE, já estava cheio dessa P#$&@ dessa neve, “olha a neve, que bonita”  onde se vê boniteza na neve? Onde? Só se for em cima de um trenó, não é em cima de uma bike sem se ver para onde se vai, dassse.
Finalmente uma descidinha para recarregar os ânimos que estavam em baixo bem como as dores musculares no alto.
Já passava das 17.00h e ao longe ouvia-se os uivos de um canídeo que já devia sentir o nosso cheiro a cadáver.
Enquanto descíamos, víamos ao longe uma bela de uma subida, só não sabíamos que nos estava destinada. AH! Não sei se já descrevi que havia neve na descida e na subida… devo ter-me esquecido de falar na n-e-v-e ou não, não interessa.


Interessa mencionar que na última subida de 1,5km com 120m+ fomos brindados por uma caravana de cerca de 15 jipes que limparam um pouco a neve do trilho calcando-a e espezinhando-a, deixando cerca 50cm de neve calcada e espezinhada dos dois lados do trilho, o que ajudou um pouco a subida.
Agora, É, a descer tipo trenó em forma de bike e bike em forma de trenó, foi uma boa descida que ajudou animicamente a carregar as baterias.
Mas com o adiantar da hora e com 10km pela frente decidimos rolar por estrada sem neve até Montalegre.

Restantes vídeos



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