sábado, 1 de outubro de 2022

1 de Outubro 2022 Rota do Beça e Tâmega

 


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Desde o meio de abril que não saía para as grandes voltas de btt fora do meu jardim. As costas tem obrigado a deixar a bike de lado😞.

Falei com o Faria para arranjar um track escape para matar o vicio, para a mesa lancei os 80km com os 2000+ para sentir como as costas se iam aguentar.

Saiu na rifa Ribeira de Pena, como ponto de partida. O Track chamava-se Beça e Tâmega… sugestivo. Água havia de certeza.

Perguntei quantos anos devia ter o track, ele respondeu uns 5 anos. A ver vamos se não vamos ter surpresas.


 Uma manhã bem fresca quando começamos a pedalar, fizemos a descida em direção ao rio Tâmega a usar os travões tal era o frio e a sensação térmica provocado pelo vento.

O track levava-nos em direção ao rio, tipo travessia sem água ou pouca água, ou uma pequena ponte a seguir a um braço de terra. Não, não havia ponte nem barco, havia uma barragem, havia pontes novas, estradas com alcatrão a espelhar de novo. Começava a desconfiar que o track era muito mais antigo.

A travessia foi feita pela ponte mais perto, a opção a nado foi descartada. Apanhamos o track do outro lado do rio e seguimos com algumas subidas interessantes. Os medronheiros com pintas vermelhas chamavam por nós, escolhíamos os mais escurinhos que estavam mais saborosos.

20km feitos mais um problema a resolver, pedalávamos num estradão e o track ia virando à esquerda, não encontrávamos o trilho numa vegetação já densa. A vegetação já tinha comido o trilho. Fizemos uma procura de alternativa no GPS e não havia aparentemente uma solução mais fácil, optámos por fazer parte da vegetação e trilhar um trilho a descer muito apertadinho entre vegetação que já nos cobria.

Quando ficou mais fácil a locomoção entre a vegetação o rio Beça precisava de ser transporto, uma ponte suspensa por cabos de aço com os tabuleiros da ponte em madeira, tinha sido atacado por um incêndio há anos, tudo o que era de metal estava muito enferrujado/podre, uma tentativa de passar por cima estava fora de questão.

Um dos três tinha de descer e ver se se conseguia atravessar o rio em algum lado. A sorte saiu ao Faria. Desceu por uma ravina abaixo e foi desaparecendo.

Como não sabíamos a profundidade do rio e se este tinha corrente e o Faria não sabia nadar YOU, os nossos ouvidos é que iam saber se o rio era atravessável ou não.

Se ouvíssemos um splash sem berros era sinal que o rio era fundo, se ouvíssemos um splash e berros a desaparecer a ficarem cada vez mais baixos, era sinal que o rio tinha corrente forte. Se ouvíssemos o Faria a dizer que friaaaa, era possível a travessia. Aiiii que friaaaaa…

Tiramos as botas e pés a caminho água adentro. Água até ao joelho, escolhemos a travessia por cima de umas pedras que estavam mais à superfície.

Aquecemos logo ao sair do buraco que nos tínhamos metido. Onde há rios há sempre subidas e descidas a pique.

O Castro do Outeiro do Lesenho ficava a meio do percurso e o ponto mais alto tb. Em 2017 já tínhamos estado cá em cima, mas com um tempo merdoso que não dava para ver nada.

Desta vez podemos apreciar a paisagem à vontade.

O percurso e tipo de trilho era dos que rende, não dava para ganhar grande velocidade, nos estradões de pinheiral já dava para subir um pouco a média, mas logo entravamos em curvas e ganchos apertados.

Aos 50km já tínhamos mais de 2/3 do acumulado feito, era praticamente a descer, mas a descer lentamente, a render…

Quando chegamos ao Tâmega atravessamos a mesma ponte da manhã e foi sempre a subir até ao carro. 4km nojentos de alcatrão que até tiraram a fome ao Faria, que só comeu um pires de moelas que deu até ao dia seguinte.

Foram 82km com 2200+