sábado, 13 de novembro de 2021

13 de Novembro 2021 Mogadouro Monóptero Bikers

 

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Depois de fazermos a GR36 o Norberto convidava-nos para aparecermos no Mogadouro para participar no magusto da associação Monóptero Bikers, aceitamos logo no dia. O Faria por compromissos familiares ficava em casa a chorar. Rocha e família iam de véspera, PedroS e Miguel iam no dia em mais uma madrugada de btt.

O centro nevrálgico ia ser na aldeia de Variz. O Norberto e amigo já lá se encontravam, montamos as bikes e fomos ao encontro do Rocha que vinha pela estada desde Mogadouro, tivemos sorte de o encontrar pelo caminho, lá calhou…


Haviam outros Monóptero, o Manel, o Nuno e o Sandro no Mogadouro à espera, e num misto de trilhos e estrada lá nos apressamos a ir ao encontro deles para fazermos os Lagos do Sabor mais a norte.

Engrossávamos o grupo para 8 riders, os de Variz já acartavam 12km às costas, e começávamos verdadeiramente a percorrer os trilhos.

Com pessoal já a pertencer ao pelotão nacional de estrada e outro a iniciar, e algumas das bikes ainda com terra do último inverno 😊.

A temperatura fresca, mas agradável. No dia anterior parecia que ia fazer mais frio. Os trilhos campestres levavam-nos até ao Miradouro da Fraga do Poio. O nevoeiro tb se queria debruçar na varanda, estava cada vez mais presente, quanto mais nos aproximávamos do miradouro. Entre pequenos vales o nevoeiro entrincheirava-se não deixado penetrar os olhares curiosos. A temperatura baixava uns graus e os olhos só enxergavam uma cortina cinzenta, só conseguíamos ver a uns 30m.

O Norberto para podermos ver o miradouro, fura. Enquanto consertamos o furo com cuspe e com coisas que encontrávamos nos bolsos demos tempo ao nevoeiro para se dissipar. Assim podemos ver alguma da beleza que por baixo se escondia.

Voltamos ao trilho e poucos metros à frente foi a vez do Sandro furar, estava uma média boa de furos. Tens líquido no pneu? – perguntávamos nós. Sim, sim, devo ter – dizia ele.

A bomba a trabalhar freneticamente em vão e lá tivemos de desmontar o pneu e converter tubeless em camara de ar. Foi uma risada esta avaria, o pneu ficava colado, em vez de líquido para tapar os furos devia ter cola, ficou da espessura de um pneu de bike de estrada.

Mais algum tempo perdido e o Manel já achava que não íamos conseguir chegar até ao Rio Sabor, ia ser o afundanço no gráfico, e depois não teríamos tempo para pegar no 2º turno no fim do almoço.

O gps já não estava a ter utilidade, agora era navegação à vista. Visitamos na aldeia de Viduedo um antigo lagar de azeite transformado em museu e café, com história viva a ser contada por quem tantas vezes usou aquelas máquinas. Paramos e alguém foi buscar a chaves para podermos beber uns Favaios e ouvir historias de quando a caldeira explodiu deixando uns furos no telhado.

Quando saímos ainda haviam estragos dos furos, a bike do Manel pousava o aro no chão. 3º furo em 23km… bombaaaaaaaaa

Antes de chegarmos à aldeia de Azinhoso o Sandro volta a furar, ficava para trás com o Nuno, já não haviam mais camaras de ar suplentes, só a do Rocha que era de mota.

Certamente eles não precisam de material suplente, basta ter um tlm, ligam e aparece alguém de Jipe, Pick Up ou trator 😂

Visitámos o monumento que dá nome ao grupo, Monóptro de S.Gonçalo. É um monumento raro e de uma grande beleza arquitetónica.

Zarpávamos para Variz, para um almoço já tardio, os familiares do Rocha já estavam cansados de olhar para o relógio.


O repasto era para o triplo das pessoas que estavam à mesa e ainda sobrava. Comemos e bebemos só o que conseguimos…

Na hora do café começavam a aparecer os do turno da tarde, e foi café e água ardente para quem se aventurou, houve quem repetisse uma e outra vez, a água ardente, estava boa, ia ser uma tarde a arrotar a bagaço enquanto se pedalava.

Eles os Monóptero Bikers eram muitos, já se contavam a dobrar e chegavam sempre mais uns. Hique!!! Hique!!!

Arrancamos por estradões juntos ao IC5, alguém teve a feliz ideia de nos mostrar mais um miradouro, depois de saberem que tínhamos passado por ali na GR36.

Passávamos por Urrós e tivemos um Déjà Vu, ainda há poucos dias tínhamos passado por ali. Foi uma surpresa quando chegamos ao Miradouro da Cerca, uma descida em estradão com o sol já a dizer adeus. Uma pequena subida em cima da bike e uns metros a pé entre penedos e vegetação, íamos furando e trepando, chegados ao topo temos o impacto provocado por uma paisagem de outro mundo!

créditos Luis Meleiro

A grande parte dos Monóptero Bikers já tinha abandonado a varanda, para eles deve ser usual ver estas paisagens, para nós dava vontade de ganhar ali raízes, mas não dava, tínhamos a festa, festa e festa.

Tudo o que desce sobe, e o sol tb já descia, e nós subíamos até à aldeia de Urrós, uma paragem para abastecer líquidos fermentados, ainda estava alguma trupe no café. FESTAAAaaaa!

Deixávamos Urrós para trás e entravamos num track mais técnico, mais lento, com uma hora de luz solar a vapores. 

Tivemos de dar uma ajuda a um colega que já não tinha energia, não é muito de comer e depois a energia acaba, foi rebocado para não chegarmos depois do jantar e da festaaaaaa.

Claro que chegamos de noite, já não é notícia. Tomamos um banho quente para tirar o frio do corpo e vestir a pele da festa.

A ementa principal era cordeiro assado na brasa, com algum porco e um espetacular ensopado de miúdos do cordeiro que estava divinal, umas entradas saborosas e sobremesas feitas pelo pessoal dos Monóptero Bikers. Foi um jantar com ajuntamento familiar, o magusto a simbolizar a “desculpa” para se conviver, confraternizar, cantar e tocar com instrumentos e alguns baldes de tinta.

Campeonato de matraquilhos onde o Rocha ainda foi desenferrujar os pulsos, eu e Miguel continuávamos a atacar de faca e garfo e de caneca. A cantoria estava boa e os tocadores já estavam cansados e com os instrumentos já guardados, mas o Miguel ainda foi pedir para eles tocarem mais uma. E lá lhe fizeram a vontade e tocaram mais uma hora. Que belo e grande dia, depois 24 horas acordados, acordamos no Mogadouro e zarpamos para Famalicão