domingo, 10 de junho de 2018

10 de Junho 2018 BTT Tábua ( o renascer do paraíso)

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Depois dos grandes incêndios de 2017, pensei que em 2018 não ia haver os trilhos de btt em Tábua, e erradamente não me inscrevi. Em conversa com os Biclas08 fiquei a saber que este ano tb havia festa. Como ainda estávamos no início dos primeiros dias do ano juntei os KEDASbike e fomos para fila de espera. Tivemos sorte e aparecemos na lista de inscritos.
Os sortudos Nagy, Carlos Pereira, Faria, Rocha, PedroS, Mário e o estreante Rui que ficou com o bilhete dourado do Joel desaguaram em Tábua bem cedo para não ter muito stresse no levantamento dos dorsais. Com a quantidade de mesas de distribuição dos mesmos, o impossível era mesmo haver algum tipo de fila para a entrega.
Fizemos a viagem toda a chover, de Famalicão a Tábua 200km em praticamente duas horas. 
Era a primeira vez desde 2010 que íamos pedalar à chuva, mesmo sendo um visitante dos trilhos de Tábua algumas vezes por ano. O Rui ia dizendo que como era a primeira vez dele o azar da chuva bateu-lhe à porta, sendo ele caseiro quando chove.

                                                                 compacto do dia

Com a chuva e os incêndios, os trilhos iam ser bem diferentes, achava eu.
Com os primeiros 9km percorridos vemos a sinalética de entrada no ST Brian e informo o Rui para se divertir na sua nova máquina canyon spectral 2.6 de pneu, uma “berdadeira” destruidora de trilhos😀

                                                            ST Brian/ST Vale Perdido

Só a entrada no ST Brian é que foi familiar de resto era tudo novidade, um trilho bem divertido quase sempre a pedalar, um sobe e desce tipo montanha russa com a paisagem verde ao nível do solo e o resto sem resto…
O ST Vale Perdido, um dos mais frescos onde a vegetação dava um colorido elegante e personalizado ao trilho, ziguezagueando entre descidas de patamar num vai e vem, num leva e trás, onde quase nos encontrávamos em contra mão. Estava irreconhecível, a última vez que passei por lá o tecto era praticamente todo verde e fresco, agora continuava fresco porque a chuva fazia o papel dela no dia. Mas a organização e alguns benfeitores ofereceram árvores/flores, vestiram os troncos das árvores com cor, multicor, mesmo com a chuva a não deixar o brilho dos passadiço conseguia sentir-me bem sem a marretada visual que foram os incêndios.
De seguida o ST Pastilha, não sei se foi da mesma, mas vi a cabeça de um cão do tamanho da cabeça de um cavalo!!! Era enorme, não se via o corpo do bicho mas…
O primeiro reforço ficava logo ali à frente, achei ei, que não via o tempo a passar, só a chuva. Provei uma jeropiga do melhor e a Sra do Rancho ainda nos ofereceu queijo que era do lanche deles, boa gente esta de Tábua.
O Trilho das Cores baptizaram-no assim, o chão continuava verde, a vegetação em altura preta/queimada e a lembrar os santos populares, o trilho colorido por cima das nossas cabeças e tudo sempre a acontecer ao ritmo do pedal. O Rui parecia que não estava a pedalar à chuva.
O Trilho dos Espantalhos logo se seguida, e este sim foi mesmo de seguida, nem 300m de distância digo eu… alguns feitos por verdadeiros artistas plásticos onde a Joana Vasconcelos não se importaria de beber inspiração, bela surpresa…
Mais um ST, e este o nome não ficou na memória, era mais um para divertir.

                                                                    ST Gás Gás

O ST Gás Gás, muito interessante, um verdadeiro ST de Tábua na minha opinião, podes descer bem sempre controlado, com os rins a serem partidos em curvas de 90º e 360º. O terreno ainda não recuperou, a terra ainda está queimada em muitas zonas, a vista do alto não é agradável vê-se muito longe, e longa vai ser a recuperação da biodiversidade desta zona.

                                                                   ST dos Caparos

ST dos Caparos, mais um ST da chancela Tábua, o gosto que dá descer, mais um que acho que os primeiros metros são conhecidos para depois se transformar em novidade, outro e mais outro metro de prazer.
E para quem gosta de música no meio do ST um grupo a tocar ao vivo. Paro para ouvir pelo menos uma música e o Rui passa só com os braços no ar, mas o Rocha era quem vinha atrás de mim… quando este se está aproximar de cara toda borrada de terra, não, não, não era terra que a roda da frente mandava mas sim terra de quem bate com a cabeça no chão. Pronto, lá explica ele que se esbardalhou aterrando de cabeça na descida. Ficou dorido do pescoço e das costas mas deu para continuar pelo menos para o trajecto mais curto.

                                                               Trilho Vale de Gaios

Os km iam passando e o ex-líbris do percurso ainda não tinha aparecido acho que já estavam comidos 30km quando o cheiro a gaios começou a atravessar os olhos.
Vamos lá ver como está o trilho, para mim o melhor de Portugal (que eu conheça). Com a lama que já se fazia, as pontes estariam escorregadias? Vamos experimentar, e solta a P”#$% que há em ti. Um início lento, oxigenar o cérebro para depois entrar numa zona bem rápida onde o talude fazia de travagem ou empurrava-te para mais velocidade. A entrada nas pontes em linha reta estava a correr bem e na primeira com uma curva já dentro da habitação, a “tijoleira” estava escorregadia e fui rompendo o equipamento e a pele do lado esquerdo. As curvas não se podiam esticar muito, ou…
No centro de Vale de Gaios a chuva afastou muita gente mas tinha uma boa falange de apoio para quem passava. Esta parte é fabulástica, paisagem, pontes sobre o rio, um micro túnel natural de passagem com o queixo em cima do guiador. No início deste trilho o fogo tb colocou a mão mas o coração do Trilho Vale de Gaios ficou intacta.
Na 2º parte do trilho tive um furo, mas a transmissão de todas as bikes já quase não funcionava, e enquanto eu resolvia o furo, os outros iam lavando a bike no rio. O Rui esse tinha desaparecido para a frente. E apareciam os Biclas08 de traz a engrossar o nosso contingente.
Uns 3km à frente dava-se a separação, maratona e curta. Dos Kedas só Nagy, Faria e PedroS é que seguiram para maratona os restantes foram para o banho. Os Biclas 08 foram em maior nº para o empeno.
Já tínhamos sido avisados na página oficial que os restantes km eram um sobe e desce constante, e no último reforço já ofereciam um gel de prenda para o empeno não se notar muito. Os dois grupos foram rolando mais ou menos juntos, mas a chuva já quase que obrigava a que cada um colocasse o seu ritmo e rolasse o mais rápido que conseguisse.
A passagem pelo ST Vale Perdido uma 2ª vez deixou o ST muito mal tratado, e já passou de ST para trilho, os bttistas já procuravam as “bermas” do ST para ter tração ou escolhendo outro ponto de passagem.
O Trilho do Canal,este já fazia doer as pernas e quando acabou continuou a subir, foi um canal de sofrimento para alguns que optavam ir ao lado da sua menina para não a cansar.
Chegamos ao fim satisfeitos com um belo dia de BTT. Agradecemos aos mentores e homenageamos as gentes de Tábua.
Depois do banho lá fomos os dois grupos para o Toino Moleiro levar uma bela recordação no bucho 😀