clica na foto para aceder à galeria |
Depois dos grandes incêndios de 2017, pensei que em 2018 não
ia haver os trilhos de btt em Tábua, e erradamente não me inscrevi. Em conversa
com os Biclas08 fiquei a saber que este ano tb havia festa. Como ainda
estávamos no início dos primeiros dias do ano juntei os KEDASbike e fomos para
fila de espera. Tivemos sorte e aparecemos na lista de inscritos.
Os sortudos Nagy, Carlos Pereira, Faria, Rocha, PedroS,
Mário e o estreante Rui que ficou com o bilhete dourado do Joel desaguaram em
Tábua bem cedo para não ter muito stresse no levantamento dos dorsais. Com a
quantidade de mesas de distribuição dos mesmos, o impossível era mesmo haver
algum tipo de fila para a entrega.
Fizemos a viagem toda a chover, de Famalicão a Tábua 200km
em praticamente duas horas.
Era a primeira vez desde 2010 que íamos pedalar à chuva,
mesmo sendo um visitante dos trilhos de Tábua algumas vezes por ano. O Rui ia
dizendo que como era a primeira vez dele o azar da chuva bateu-lhe à porta,
sendo ele caseiro quando chove.
compacto do dia
Com a chuva e os incêndios, os trilhos iam ser bem
diferentes, achava eu.
Com os primeiros 9km percorridos vemos a sinalética de
entrada no ST Brian e informo o Rui para se divertir na sua nova máquina canyon
spectral 2.6 de pneu, uma “berdadeira” destruidora de trilhos😀
ST Brian/ST Vale Perdido
Só a entrada no ST Brian é que foi familiar de resto era
tudo novidade, um trilho bem divertido quase sempre a pedalar, um sobe e desce
tipo montanha russa com a paisagem verde ao nível do solo e o resto sem resto…
O ST Vale Perdido, um dos mais frescos onde a vegetação dava
um colorido elegante e personalizado ao trilho, ziguezagueando entre descidas
de patamar num vai e vem, num leva e trás, onde quase nos encontrávamos em
contra mão. Estava irreconhecível, a última vez que passei por lá o tecto era
praticamente todo verde e fresco, agora continuava fresco porque a chuva fazia
o papel dela no dia. Mas a organização e alguns benfeitores ofereceram
árvores/flores, vestiram os troncos das árvores com cor, multicor, mesmo com a
chuva a não deixar o brilho dos passadiço conseguia sentir-me bem sem a
marretada visual que foram os incêndios.
De seguida o ST Pastilha, não sei se foi da mesma, mas vi a
cabeça de um cão do tamanho da cabeça de um cavalo!!! Era enorme, não se via o
corpo do bicho mas…
O primeiro reforço ficava logo ali à frente, achei ei, que
não via o tempo a passar, só a chuva. Provei uma jeropiga do melhor e a Sra do
Rancho ainda nos ofereceu queijo que era do lanche deles, boa gente esta de
Tábua.
O Trilho das Cores baptizaram-no assim, o chão continuava
verde, a vegetação em altura preta/queimada e a lembrar os santos populares, o
trilho colorido por cima das nossas cabeças e tudo sempre a acontecer ao ritmo
do pedal. O Rui parecia que não estava a pedalar à chuva.
O Trilho dos Espantalhos logo se seguida, e este sim foi
mesmo de seguida, nem 300m de distância digo eu… alguns feitos por verdadeiros
artistas plásticos onde a Joana Vasconcelos não se importaria de beber
inspiração, bela surpresa…
ST Gás Gás
O ST Gás Gás, muito interessante, um verdadeiro ST de Tábua
na minha opinião, podes descer bem sempre controlado, com os rins a serem partidos
em curvas de 90º e 360º. O terreno ainda não recuperou, a terra ainda está
queimada em muitas zonas, a vista do alto não é agradável vê-se muito longe, e
longa vai ser a recuperação da biodiversidade desta zona.
ST dos Caparos
ST dos Caparos, mais um ST da chancela Tábua, o gosto que dá
descer, mais um que acho que os primeiros metros são conhecidos para depois se
transformar em novidade, outro e mais outro metro de prazer.
E para quem gosta de música no meio do ST um grupo a tocar
ao vivo. Paro para ouvir pelo menos uma música e o Rui passa só com os braços
no ar, mas o Rocha era quem vinha atrás de mim… quando este se está aproximar
de cara toda borrada de terra, não, não, não era terra que a roda da frente
mandava mas sim terra de quem bate com a cabeça no chão. Pronto, lá explica ele
que se esbardalhou aterrando de cabeça na descida. Ficou dorido do pescoço e
das costas mas deu para continuar pelo menos para o trajecto mais curto.
Trilho Vale de Gaios
Os km iam passando e o ex-líbris do percurso ainda não tinha
aparecido acho que já estavam comidos 30km quando o cheiro a gaios começou a
atravessar os olhos.
Vamos lá ver como está o trilho, para mim o melhor de
Portugal (que eu conheça). Com a lama que já se fazia, as pontes estariam
escorregadias? Vamos experimentar, e solta a P”#$% que há em ti. Um início
lento, oxigenar o cérebro para depois entrar numa zona bem rápida onde o talude
fazia de travagem ou empurrava-te para mais velocidade. A entrada nas pontes em
linha reta estava a correr bem e na primeira com uma curva já dentro da habitação,
a “tijoleira” estava escorregadia e fui rompendo o equipamento e a pele do lado
esquerdo. As curvas não se podiam esticar muito, ou…
No centro de Vale de Gaios a chuva afastou muita gente mas
tinha uma boa falange de apoio para quem passava. Esta parte é fabulástica,
paisagem, pontes sobre o rio, um micro túnel natural de passagem com o queixo
em cima do guiador. No início deste trilho o fogo tb colocou a mão mas o
coração do Trilho Vale de Gaios ficou intacta.
Na 2º parte do trilho tive um furo, mas a transmissão de
todas as bikes já quase não funcionava, e enquanto eu resolvia o furo, os
outros iam lavando a bike no rio. O Rui esse tinha desaparecido para a frente.
E apareciam os Biclas08 de traz a engrossar o nosso contingente.
Uns 3km à frente dava-se a separação, maratona e curta. Dos
Kedas só Nagy, Faria e PedroS é que seguiram para maratona os restantes foram
para o banho. Os Biclas 08 foram em maior nº para o empeno.
Já tínhamos sido avisados na página oficial que os restantes
km eram um sobe e desce constante, e no último reforço já ofereciam um gel de
prenda para o empeno não se notar muito. Os dois grupos foram rolando mais ou
menos juntos, mas a chuva já quase que obrigava a que cada um colocasse o seu
ritmo e rolasse o mais rápido que conseguisse.
A passagem pelo ST Vale Perdido uma 2ª vez deixou o ST muito
mal tratado, e já passou de ST para trilho, os bttistas já procuravam as
“bermas” do ST para ter tração ou escolhendo outro ponto de passagem.
O Trilho do Canal,este já fazia doer as pernas e quando acabou continuou a
subir, foi um canal de sofrimento para alguns que optavam ir ao lado da sua
menina para não a cansar.
Chegamos ao fim satisfeitos com um belo dia de BTT.
Agradecemos aos mentores e homenageamos as gentes de Tábua.
Depois do banho lá fomos os dois grupos para o Toino Moleiro
levar uma bela recordação no bucho 😀
Sem comentários:
Enviar um comentário