sábado, 10 de dezembro de 2016

10-12-2016 Sombras Gerês (molhar a pomba)

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Este ano o passeio de natal do grupo KEDASbike foi uma ida às minas das Sombras no Gerês. No fim tomar banho na lagoa de água quente e molhar a pomba.
Os escolhidos a dedo para o passeio foram: Nagy, Carlos Pereira, Rocha, Pedro Faria, Rui, PedroS e Mário, o Joel e Nelson com falta de pulmão e pernas desistiram um dia antes (leia-se: não aparecem aos treinos ao domingo e depois…) o ano passado o contingente de Kedas era maior, o que fez o passeio mais Kedista, com mais cor e com mais empenados.

O ponto de encontro com arranque concluído foi o definido, no fim passávamos para carregar o Mário pelo caminho, mas… o Carlos Pereira esqueceu-se do Impermeável/corta-vento e passou por casa, o Rocha esqueceu-se de tudo e passou por casa, o Rui foi buscar o carro dele para não irmos muito apertados e passou por casa. Já chegamos a Torneiros com uma hora de atraso, que fez falta no fim para nos preparar para o Jantar de natal KEDASbike.



Das lagoas de água quente em Torneiros até à Portela do Homem, escolhemos a trialeira a subir, sempre dá para aquecer e ver se as costelas do PedroS com duas semanas após uma keda sobre as mesmas, iam aguentar. O andar bastante combalido nestas duas semanas não deixavam boas sensações.
O Nagy tb andava à rasca das costas, depois de fazer um teste drive numa bike em formato pau. Pelo caminho fizemos um desvio para visitar uma cascata, mas o tempo não tem enviado muita chuva, não estava a vomitar água como de costume nesta altura do ano, antes a escorrer pelas pedras abaixo.
De volta à trialeira, um desequilíbrio para o chão e as costelas do PedroS avisavam que se continuasse, o dia ia ser longoooo. O Nagy já pensava em desistir e aos 6km mudamos da trialeira para o estradão até à Portela do Homem.


Ao chegar à fronteira com Portugal o Faria apresentava-nos um ST made in Serra Amarela, mas menos ciclável ainda, o que ajudou o PedroS e Nagy andar com a bike ao colo, dasseee. Ai! Ai! Ai! Que me doí. Olha para a paisagem que é fantástica (dizia o Faria), sim tinha razão mas as dores estavam lá. Até encontrarmos uma ponte em madeira sobre o Rio Homem foi dureza. Depois sim, já se conseguia ver a deslumbrante paisagem outonal, caindo flocos castanhos das árvores deixando o trilho pintado de castanho. O verde tb estava em força em algumas zonas, não estivéssemos no coração da Serra do Gerês, acompanhados pelo Rio Homem. Fizemos um pouco de treino de fuzileiros a arrastar a bike entre árvores caídas, por já não se aguentarem em pé, e até nós estávamos a fazer algumas vezes de árvores caídas…

 

O Rui tentado tirar uma folha da roda enquanto sacava um cavalo cai para trás, deixando o quadril esmagado, o camelback protegeu as costas e foi a gemer até ao fim do passeio (passados dias, conclusão da keda: “Rodei 2 vértebras  e desloquei o coxis”). Já estavam três empenados no grupo, o Rocha já contava com três desmontas rápidos da bike pró chão e o Carlos Pereira já levava uma tb. Isto em 9km, boa média. O Mário ia avisando que passeio para ele tem quase sempre keda.


De volta à fronteira da Portela do Homem para descer um 1km em alcatrão e subir durante 10km em estradão, desnível de 400m, até avistar o Vale das Sombras. Nada de dificuldade, mas o Rui já sentia os músculos a quererem ir embora aos saltos.


Ao avistar o Vale das Sombras, lembramos que realmente é dos vales mais bonitos cá do nosso burgo, avistávamos ao longe o recorte do ST das Sombras ladeando pelo Rio Vilameá. Este trilho já vinha fisgado no Faria desde inico para o fazermos hoje, mas as costelas, as costas, o quadril estavam com muitas dúvidas. O Faria ia deixando alento dizendo que estava limpinho e desimpedido e como se via bem a 500/600m de distância o quão limpo estava o trilho. A vontade do PedroS era grande mas tinha medo de não conseguir tirar proveito do mesmo. Fez uma contra proposta, subiam até às minas das Sombras, e depois sim, continuavam no ST. 
Proposta aceite pelo Faria, ia quem tivesse vontade. Nagy (à rasca das costas) e Rui (com Cãibras e quadril empenado) ficaram na entrada do ST os restantes fizeram uma subida à lá Serra Amarela, dura e dura, e algumas vezes com ela à mão, mas lá chegamos ao destino. Já não apanhávamos sol e o vento fazia amplitude térmica aumentar o frio. Ficamos uns escassos minutos a apreciar as vistas. Depois foi descer durante 10km para vencer um desnível de 750m. FANTÁSTICO


A descida começou com pedras soltas de todos os tamanhos e feitios, mas ia dando para estar em cima da cabra e a descer (às vezes não!!! Era para o chão), as costelas não estavam a gostar mas o restante corpo estava a delirar. Chegamos ao local onde estavam os outros dois espetros e só vimos a inscrição no chão “já fomos” com uma seta a apontar para o ST das sombras.
Aproveitamos para reforçar o estomago, sentados apoiados numa encosta onde o vento não conseguisse pegar-nos. Foi comer rápido e apontar a bike para a seta e começar uma nova experiência cósmica. Muito pedra e muita pedra e zonas que o limpinho, limpinho a 500/600m de distância não era tão limpinho como se pensava e a bike nos primeiros km andava ao colo, aos saltos. A vista era deslumbrante e o V do vale estava bem presente, olhavas para a esquerda ou direita e tinhas sempre onde pousar o olhar. A esquerda com o Rio Vilameá era a mais privilegiada mas também a que exercia mais atenção, não vá a keda para a escarpa bem acentuada em algumas zonas. Íamos agrupando e descansando, as costelas. 


Pensava eu que a zona mais difícil tinha ficado para trás, mas o ST continuava e perto de Vilameá fizemos um corte e saímos do ST para mais à frente voltarmos a entrar. As curvas, os Ss, as descidas com ganchos, as pedras carregadas de musgo tinham arrebentado a última capa que segurava as minhas costelas. A descida era fantástica e tentei desfrutar ao máximo. Os amigos de viagem mostravam entusiasmo, com a roda da frente sempre a tentar entrar em primeiro nos trilhos enquanto íamos agrupando, estava contente por ver o ar de satisfação. O Rocha já comentava que começava a ficar farto de tanto descer, o que deu risada geral. O Mário já com a premonição da keda dele no corpo e algumas folhas amarradas ao casaco, o Nagy assistiu de camarote atrás.
No fim lá fomos molhar a pomba e abastecer num tasco que não cheirasse a fossa…
Siga para o jantar de Natal KEDASbike que se faz tarde…

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