domingo, 1 de setembro de 2019

1 de Setembro 2019 São Miguel Açores

clica na foto para aceder à galeria

As férias em São Miguel estavam marcadas há algum tempo, faltava só escolher o dia para poder percorrer alguns trilhos de bike na ilha.
Ao pesquisar na Internet alguma atividade de bike a gosto e fazer alguns trilhos que entusiasmassem não estava a ser fácil. Parecia que não ia ter sorte, não estava a encontrar nada que me pusesse os olhos a rir. Só encontrava percursos/atividades de brincar ao btt.
Quando cheguei ao destino de férias e em conversa com o proprietário da habitação fiquei a saber que o filho praticava btt, um contacto salta prá mesa, fixe. Alguém que pratica btt pode dar uma ajuda para o que pretendo. Ele enviou um SMS com o contacto.
Contacto* o Lourenço** para agendar o dia, as perguntas feitas por ele levam ao tipo de trilho a escolher. Paisagens, subidas, descidas, acumulado positivo e negativo com partes técnicas a subir e a descer com km que pudesse dizer que fiz btt em São Miguel, não um passeio de bicicleta que podia ir de carro.


A domingueira começava bem cedo 7.35h, fizemos poucos km de carro e estaciona-mos. Descarregar as bikes e preparar para subir bastante. Via-se lá no alto o topo Lagoa do Fogo, e eu já tinha ido lá de carro, sabia bem que teríamos de trepar bem, só não sabia a inclinação e o tipo de terreno.
A minha montada era uma TREK REMEDY de 160mm curso, enduro pois claro e a subir, mas não desgostei da relação da transmissão.
Um acessório sempre presente na prática de btt na ilha é o impermeável/corta vento. Não sabia muito bem como vestir para o dia, e levei roupa a mais. Calor tropical, chuva quente, humidade no máximo e os trilhos sempre húmidos dava para perceber que a subida ia ser bem generosa, e os pulmões iam trabalhar bastante.
Com algumas inclinações a 20% a subir, o corpo já libertava humidade em gota ou ribeiro. Parei para tirar uma camisola corta-vento para respirar melhor e apreciar as vistas. Ao longe via o ilhéu de Vila Franca do Campo
O percurso em trilho e alguns ST estavam espetaculares, não conseguia pôr a bike a rolar mais rápido, estava a apreciar as vistas e a inclinação tb era generosa. Perdia-me com as estonteantes paisagens. Ao longe via o mar e em qualquer curva via-o a espreitar, ou via-o por entre a vegetação. Nas zonas mais fechadas da vegetação, ficava estupefacto com a quantidade e diversidade de flora para apreciar. Passava por algumas pontes e umas ravinas sem fundo, tipo buraco negro sem saber quando acabava.
Estava a pedalar num jardim botânico enorme e de uma beleza ímpar, queria apreciar tudo, tipo Parque Terra Nostra, era tudo bem diferente do que estava habituado, de uma formosura singular onde só te apetece apreciar e… continuar a apreciar…


As subidas continuavam… mas com algumas descidas para sentir o vento e arrefecer um pouco o corpo, a água que levava parecia que não ia chegar, mas o Lourenço dizia para não me preocupar que havia muita água pelo caminho.
E claro… o trilho passava por levadas bem bonitas e estreitas, os cheiros tb iam mudando. Os cinco sentidos estavam regalados de satisfação, claro que o tato pertencia à bike e o paladar ficava-se pela água, mas os outros estavam satisfeitíssimos.
A subida mais “técnica” em trilho com pedras soltas leva-nos ao sopé da Lagoa do Fogo, e a vista é deslumbrante. Não obstante o nevoeiro e o vento, a perspetiva da lagoa estava lá na sua selvagem imponência. O sol trazia mais cor, mas só de pensar que estava lá… e há uns dias atrás estava do alto a ver o trilho que estava agora a fazer de bike… deixava-me com uma enorme satisfação.


O Lourenço informava que íamos começar a descer, uns 2,5km. As campainhas de excitação começam a ouvir-se, e larga-se os travões como se estivesse atracado ao ponto mais alto do percurso.
A descida em semi-estradão, com lombas de desvio de água das chuvas deixaram-me um pouco dececionado, estava a pensar numa descida mais ao estilo da bike montada.
Deu para a soltar um pouco nas lombas e as curvas contras curvas, deixavam sair algum entusiasmo. Aproveitava a descida para absorver a natureza que rodeava a inclinação.
A descida levou-nos de enxurrada até ao mar, uns km em alcatrão na marginal até voltarmos a entrar nos trilhos e estradões que nos levaram até ao carro.
Fiquei deslumbrado pela beleza dos trilhos, não estava à espera de encontrar trilhos que me fizessem rodar a cabeça e os olhos tantas vezes por segundo. Brutal.
A humidade lá é poderosa e as inclinações tb 😏.
A principal descida é que ficou um pouco aquém. Se calhar foi por estar montado numa bike de enduro e pensar que iria fazer algo do tipo. Mas foi uma descida agradável.

**Como tive muitas dificuldades em arranjar um tipo de passeio ao meu gosto, deixo aqui o contacto do Lourenço.
Além de aluguer de bike ele tb tem um “hotel” bike friendly. Podem levar a vossa bike ou alugar lá o que quiserem, informem-se que ele tem uma vasta oferta.

*  geral@azoresgreenbike.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário