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Nagy e PedroS acordaram muito antes das galinhas para tentar
chegar cedo a Vinhais, (7.30H/7.45h) e depois do passeio, chegar a tempo aos
banhos abertos .
A estrada que nos levou a Vinhais depois de sair da
autoestrada já deixava uma indicação do sobe e desce que o percurso seria.
Chegamos à secretaria ao mesmo tempo do Rocha, o Sidónio dos
Floresta BTT tb, desta vez o Sidónio ia para o empeno, muitos km em cima da
bike.
O Ângelo quando estávamos a arrancar, chegava de carro.
Os nossos primeiros km são muito estranhos, tenho a noção
que estamos sempre a parar, seja por que motivo for, o meu corpo assim demora a
aquecer e arrefece rápido, o tempo tb não ajudava nem o piso duro, duro, e
duro. Era muito mastigado e sempre a ver se estava a puxar alguém, ou alguém
estava atrelado a mim. Estar sempre a confirmar em que mudança estava, não
tinha mais mudanças para reduzir.
Não tinha estudado muito o gráfico, sabia que ia ser sempre
um sobe e desce constante, o famoso rompe pernas que lá para os 50km tinha a
subida mais longa do dia.
O percurso estava invernoso, as árvores despidas de folhas
mas vestidas de musgo deixavam penetrar a visão no interior do bosque, algumas
pastagens carregadas de verde deixando pontos de maior alcance. Pensava eu no
Miguel que não estava presente para poder admirar o dia.
Com 16km estava na hora da divisão dos percursos, e atestar
água, já!!!?... dasseeeee.
Diversos grupos paravam para decidir para que percurso ir,
ali viu-se que o homem da marreta ia ser para pouca gente. Ângelo seguiu a
marreta. Nós avisávamos bem alto que íamos à esquerda para o grande,
incentivando os restantes a seguir… mas a opção foi chegar mais cedo.
Nós e o Ângelo íamos alternando a liderança dos
Famalicenses. Nas descidas, em algumas zonas, a bike parecia que travava
sozinha com a roda da frente, tal a quantidade de lama que provocava a travagem
quando a transpúnhamos, deixando alguns calafrios a quem ia na dianteira.
Na primeira descida que provocou algum entusiasmo, a
velocidade foi o record do nosso dia, a continuação da descida ficava um misto
de apreciar a estrondosa paisagem de montanha e o largar os travões. À nossa
frente, a roda já via o Ângelo e o flaviense, enquanto os dois conversavam
sobre o “tempo” num rego de água, o Ângelo ao passar sem atenção/concentração
sai pela frente do guiador dando uma pequena keda, ia demasiado devagar e a
falar do “tempo”, não se aleijou mas o suporte do GPS ficou partido e apontar
para a roda da frente. Menos de 3 segundos ainda o apanhava na lente da câmara…
Juntava-se o Sidónio e um amigo deste, em conversa o Sidónio
disse que tinha visto o Miguel a chegar, e eu triste a pensar que ele tinha
ficado em casa e não estava a gozar a paisagem nem os trilhos, agora era só
esperar que ele passasse por nós, para pormos a conversa em dia.
Ao chegar à aldeia de Santalha, o diabo, que neste caso não
vestia Prada mas sim disfarçava-se de presunto, folar e vinho, branco e tinto.
Eu nem queria olhar e sair o mais rápido dali. A organização disponibilizava
uma prova de degustação, eu nem vi os sumos nem a água. Os Floresta e os outros
Kedas foram logo atraídos como se de um íman gigante se tratasse, eu forte como
uma barra de ferro mantinha-me longe, mas como um homem é de ferro o íman teve
mais força. O presunto estava bom, o folar ida em aspas aspas, um meio
copo de branco para a perna esquerda e um meio copo para a perna direita.
Prontos estou f”#$% o Rocha já tinha desculpa para ver a placa de vinhais.
Enquanto comíamos e bebíamos, chegava o Miguel com o Zé, nós já estávamos a e
estorvar e deixamo-los agarrados ao osso do presunto, (com carne, claro).
Como os dois carregam mais rápido que nós nos cranques fomos
adiantando os km.
O Rocha depois do lanche oferecido começa à procura da
indicação de Vinhais, o satélite volta a falhar e já pensa em alcatrão até ao
ponto de partida.
Pelo tempo que o Miguel e o Zé estavam a demorar deixavam a
indicação que só quando limpassem a mesa toda é que voltavam a sentar-se em
cima da bike.
Eu que ao 20km já me queixava das pernas, duas semanas sem
pegar na bike dá muita dor depois, física e psíquica.
Ia analisando o Ângelo à frente a pedalar todo empenado,
pensava eu que devia estar a fazer a mesma figura em cima da bike dasssse tou
todo f”#$%
O Rocha pelo km 30
encontrava o tão ansiado alcatrão e o Miguel e Zé passavam por nós.
Continuávamos a subir e descer, a romper as perninhas,
quando nos deparamos com a travessia de um ribeiro com uma corrente já
considerável. Estudar as opções: não molhar os pés (ainda faltam muitos km),
tirar as botas e meias (estou muito cansado), analisar por onde passaram os que
vão à frente. Pelo aspeto de uns troncos finos colocados em cima da vegetação
com marcas de alguém andar em cima foi a opção por mim tomada, e nada fácil.
Primeiro o equilíbrio com a bike (já todo mamado), com medo que os troncos
cedessem e… bike presa nos ramos dentro da água e a pressão desta, quase que
deixava a bike e saltava para a margem, mas depois a bike ia-me fazer falta
para o resto do percurso. Ufa. O Nagy optou por tirar as botas e atravessar.
Enquanto o Nagy se calçava eu ia devagarinho, que remédio,
não dá para mais. E uns 50m à frente ao tentar subir ao lado do ribeiro numa
zona enlameada com algumas pedras escorregadias o impossível (para mim)
acontece. A roda traseira resvala eu não consigo tirar as cleats dos pedais e
caio para o lado do ribeiro, grande aflição. O ribeiro ficava a uns 2,5/3m mais
abaixo e as pedras que eu ia vendo enquanto caia só pensava eu não desmaiar com
a keda, não vá eu passar inanimado na corrente enquanto o Nagy se calçava.
Fiquei suspenso com metade do corpo pronto a cair e o outro em cima, a bike fez
de contra peso e o guiador de travão encaixado numas pedras o que ajudou a não
dar o salto para o abismo.
Olhava para trás a ver se alguém aparecia para ajudar a sair
daquela situação, e nada, chamava e ninguém ouvia, a solução era eu
desenrascar-me, ou tentar, é que as pernas estavam a berrar por ajuda. Tentei
fazer de alavanca numa pedra mas esta precipitou-se para o ribeiro, ficava eu
com menos suporte para me agarrar. A pedra deixou um raizeiro à vista e tentei mais
uma vez, mas não conseguia tirar a bike de cima de mim nem desprender os pedais
das botas, e não aparecia ninguém... Mais um esforço a empurrar a bike amarrado
ao raizeiro e consigo soltar os pés empurrando a bike, quando estou a pôr-me a
pé chega o Ângelo, o Nagy e mais dois colegas que estavam a fazer o circuito ao
contrário enganados, mas podiam chegar os quatro um pouco mais cedo. Apanhei um
cagaço dos grandes, os músculos da perna direita ficaram todos moídos com a
tentativa de não cair para o lado direito e a força que fizeram para se
libertar da situação.
Com a força que fiz o desviador e dropout empenaram e foi à
força bruta para o endireitar.
Juntei um gel red power já com a validade passada para ver
se o feitio ou defeito melhorava.
Ficavam 40km para trás e metade do meu ego ficou pendurado a
olhar para o ribeiro, a energia não posso dizer que ficou porque acho que nem
veio. Entramos em modo espanholes calcando a fronteira entre
Portugal e Espanha em direção a Moimenta, lá paramos no café para abastecer e
finalmente via-se bttistas no percurso, ou melhor no café, parei o menor tempo
possível e fui devagar enquanto o Nagy ficava nas contas.
Voltava a ver a minha figura à frente cambaleando em cima da
bike, lá ia o Ângelo na preparação para a grande subida dos 50km que quase
atingia os 60km sempre a subir e eu fresquinho como uma alface murcha, não era
verde mas sim vermelha prestes a rebentar. Chegava o Nagy, no começo da subida
o último gel red power já com a validade passada, vamos lá ver se não perco a
roda do Nagy porque o Ângelo estava como eu.
Depois do gel psicologicamente ia melhor mas o corpo parecia
que estava pior, mas com a inclinação constante e gradual, sem paredes pelo
meio fui mantendo a distância pró Nagy, e o apreciar a paisagem enquanto subia
atenuava as dores.
Na subida íamos vendo dois pares de bttistas ao longe
pintando o trilho de cor humana, fazendo uma aproximação com as curvas tinha a
noção que o Miguel e o Zé estavam logo a seguir e os Floresta btt mais à
frente.
Enquanto o Miguel tirava uns postais fomos nos juntando e no
topo do percurso juntamo-nos aos Floresta btt.
Parava para comer uma bucha e o Miguel convidava para ir
mesmo ao topo da Serra da Coroa, eu já estava satisfeito de subir mas o Nagy
fez questão de por mais acumulado e km no percurso, uma vingança por eu o ter
convencido a subir até ao topo da Sra. da Graça no NGPS de Mondim. Ainda
convidei os Floresta para não estar só eu empenado, mas o Sidónio não quis o
cão e apontou a bike prá descida para tentar alcançar os restantes Florestas
btt que optaram pelo percurso pequeno.
Ora bem, chegávamos ao topo da Serra da Coroa, ao marco
geodésico a 1274m, ao posto de vigia e agora quem é que me vai vigiar os
restantes km, ainda faltavam 18, ok era uma grande parte a descer mas ainda
faltava algum acumulado para fazer jus ao anunciado pela organização.
Fiz um bom lanche virado para as “serras espanholas que
compõem a ponta Sul da Cordilheira Cantábrica” vi na Wikipédia ainda vestidas
de branco e trazendo um frio gélido na nossa direção, os outros três tb
lancharam mas eu ou comi mais ou demorei mais tempo a comer tal o cansaço em
cima do corpo.
Pronto vamos lá à descida, praticamente ia ao sabor da
gravidade admirando a paisagem, até aterrar ou passar no Parque Biológico de
Vinhais com uma casas muito interessantes.
O Miguel e o Zé ficavam nos postais eu disse que ia indo
devagar, pois… ias fazer o quê? A pé, com a bike à mão… Eu e o Nagy lá fomos ao ritmo de nos manter em cima da bike
sem cair pró lado, e quando era para descer eu ficava à espera dos outros dois
e aproveitava para oxigenar o cérebro para não ter dissabores nas descidas,
depois era chamar a gravidade para ajudar na descida, até eles voltarem a
juntarem-se para chegarmos os quatro ao fim juntos.
Chegamos às 17.00h ao fim e nós saímos pelas 8.10H, grande
viagem, muito bonita com paisagens de verdadeiros postais, trilhos muito duros
provocados pela quantidade de chuva nos últimos meses, sem dificuldade técnica.
Somando tudo foi bastante positivo.
Uma das coisas boas que o btt me deu foi ter o prazer de conhecer e pedalar com esta malta. Abraço aos kedas bike.
ResponderEliminarboas Sidónio, é reciproco
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